Weintraub defende combate a marxismo cultural nas universidades

O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, não era uma figura conhecida até se juntar à equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, no ano passado, para contribuir, principalmente com o projeto de reforma da Previdência. Na área de educação, o nome do professor de Ciências Contábeis da Unifesp foi uma surpresa.  Abraham fez sua carreira no mercado financeiro, onde atuou por 20 anos em instituições como Banco Votorantim e Quest Investimentos.  

Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha anunciado Abraham como “doutor e professor universitário”, o currículo lattes do ministro não informa que ele tenha doutorado. Abraham é formado em Ciências Econômicas pela USP (Universidade de São Paulo), e tem mestrado e MBA em fundos de investimento e finanças internacionais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Atua como professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desde junho de 2014.

O novo ministro já se mostrou simpatizante do escritor Olavo de Carvalho, responsável pela indicação de Ricardo Vélez Rodriguez, que acabou de ser demitido. 

Em dezembro, ele e o irmão Arthur participaram de um painel sobre economia na Cúpula Conservadora das Américas, evento realizado em Foz do Iguaçu. Os irmãos defenderam que os militantes de direita devem adaptar as teorias do escritor Olavo de Carvalho, guru do presidente, para vencer os embates teóricos com os militantes de esquerda.

 Abraham Weintraub afirmou que é preciso vencer o marxismo cultural nas universidades e trabalhar para que o país pare “de fazer bobagem” para se chegar a uma situação ideal. Ele afirmou também que é preciso vencer o comunismo e evitar outras ameaças, como ataques islâmicos, para que o Brasil seja uma dos países mais pacíficos do mundo.

“Dá para ganhar deles. É Olavo de Carvalho adaptado”, disse Abraham. “E como ganhamos deles? Não sendo chatos. Temos que ganhar com humor e inteligência”, completou. Arthur Weintraub, por sua vez, afirmou que “o socialista é a Aids e o comunista, a doença oportunista”, arrancando aplausos da plateia de cerca de 200 pessoas. Arthur é o responsável pela previdência na equipe de transição.

Abraham fez uma explanação histórica sobre questões econômicas, mas centrou seu discurso no combate ao pensamento de esquerda. “Quando ele (um comunista) chegar para você com o papo “nhoim nhoim”, xinga. Faz como o Olavo de Carvalho diz para fazer. E quando você for dialogar, não pode ter premissas racionais”, disse.

Arthur Weintraub, por sua vez, contou que ele e o irmão começaram a ajudar Bolsonaro ainda no ano passado e enfrentaram muita resistência por parte de seus pares. “De 2 mil professores, fomos os únicos que demos apoio a Jair Bolsonaro e aí tivemos ameaça de morte, carro riscado”, disse.