Estudantes e professores voltam às ruas de Florianópolis em defesa da educação

Mesmo debaixo de chuva, milhares de manifestantes protestaram nas ruas do centro contra os cortes de verba   

A chuva não deu trégua nesta quinta-feira (30), mas isso não impediu que milhares de estudantes, professores e outros servidores públicos fossem às ruas de Florianópolis protestar contra os cortes de verba na Educação.  A organização do evento e a Polícia Militar não divulgaram o número de pessoas que participaram dos protestos.

Os manifestantes se concentraram por volta das 16h na Praça Tancredo Neves e depois seguiram pelas ruas do Centro, com cartazes e palavras de ordem contra o governo e o contingenciamento e também contra a proposta de reforma da Previdência que tramita na Câmara. 

“Se a gente não se mobilizar agora, mais na frente vai ser mais difícil reverter a situação”, disse o estudante Henry Bill Mc Quade Junior, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC. “Temos feito uma série de ações como aulas na rua e nas comunidades para  demonstrar o que a gente faz na universidade. Acabar com a ciência e com a pesquisa é acabar com a soberania.” 

Estudante da UFSC e pesquisador da área de Farmacologia, Felipe Oliveira, de 26 anos, também se juntou aos manifestantes. “Hoje nossa pesquisa vive basicamente do subsídio do governo. Estou aqui porque sem bolsa é impossível fazer pesquisa no Brasil.”  

O ato também contou com a presença de alunos de outras instituições de ensino. “Não é porque somos estudantes de uma universidade privada que não iremos lutar contra os cortes na UFSC. A universidade pública é muito importante para o desenvolvimento da sociedade. Na área de psicologia, por exemplo, há uma série de pesquisas e atividades para a comunidade”, contam as estudantes Aline e Gabriela, ambas alunas da primeira fase de Psicologia da Faculdade CESUSC.

A Apufsc-Sindical apoia a mobilização dos estudantes e, para explicar a posição dos professores à população, distribuiu panfletos na manifestação.  

Durante a concentração, Lurdinha Mina, do Movimento Negro Unificado (MUP), afirmou que a organização participa de todas as lutas de abertura e construção da democracia no país. “O presidente assume com seu governo, e com sua ideologia destruidora dos direitos de trabalhadores, mas nós brasileiros e a nossa luta é muito maior do que a caneta Bic de Bolsonaro”, diz.

Organizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), os atos também contam com a participação de profissionais de diversas áreas formados nas universidades públicas do Brasil.

 

M.B.