O que está fazendo a administração central em relação ao plano de saúde dos servidores?

Como sabemos,  o atual contrato com a UNIMED expirou e a contratação de um novo provedor para o plano de saúde envolve necessariamente uma licitação. O problema é que a nova licitação aberta em Abril não teve interessados e, assim, fez-se uma prorrogação do atual contrato com a UNIMED até o dia 30 de Setembro de 2019. 

Não há garantia, nem obrigação por parte da UNIMED, que este contrato que ainda vigora seja novamente prorrogado até Dezembro. Assim, mesmo que uma nova licitação esteja sendo posta (assim esperamos), também  não temos garantia se alguma empresa vai se interessar na licitação, tal como ocorreu em Abril, de modo que, não havendo acordo, a partir de Outubro de 2019 os associados  ficarão sem plano de saúde. Ou seja, a continuar o impasse, cada um que resolva seu problema sozinho e por sua conta e risco. 

Não sabemos quais critérios a administração central usa para fazer os editais de licitação, nem quem são os membros encarregados dessa tarefa e o que pensam sobre “ter ou não um plano de saúde”, e muito menos se os associados foram informados das tratativas e linhas gerais norteando a nova licitação. O fato é que as pessoas não deram a devida importância ao fato que a licitação de Abril foi um fracasso, o que  faz soar um sinal de alerta das razões para isso. Tal informação é de suma importância, pois o plano é sustentado pelos associados e ninguém é obrigado individualmente à contratar plano algum. Dito isso, tento aqui lembrar como foi a discussão do provedor do primeiro plano que tivemos. Se não me trai a memória, na ocasião muitos no SINTUFSC defendiam a posição de que não participariam da assembleia  geral da escolha do plano, pois defendiam a posição de que todos deveriam ir para o SUS. A APUFSC, na época ainda como seção sindical da ANDES, tinha um grupo que tratava a questão e  que se mostrou contrária ao plano se não contemplasse uma tal de GEAP, muito embora uma consulta informal aos associados  indicava não ser esta a opção majoritária. 

De concreto, falta-nos informação sobre como anda todo esse processo de escolha e quais são os fatores essenciais que estão por trás da formatação da proposta do Edital. Sem a devida informação os associados que sustentam o plano ficam sem voz neste processo de escolha, e é inteiramente sobre eles que recairá  o ônus de repentinamente não ter mais plano. Sem a informação, surgem conjecturas postas de forma propositiva nos mais variados meios e que sugerem que o plano seja gerido por uma comissão de servidores ligados e/ou indicados pela UFSCque substituiria a gestão da UNIMED ou de outras grandes empresas especializadas e com experiência na área de administração de planos de saúde. Ora, será tão fácil assim administrar planos de saúde de modo que podemos escolher uma comissão de “notáveis” dispostos a fazer com competência a mesma função das empresas? Outros alegam que é inadmissível aceitar que um plano de saúde seja administrado por uma empresa que visa o lucro “as custas de vidas humanas”, um discurso obviamente sem sentido, pois se a empresa não tiver lucro ela não só não poderá mais prover o serviço como também não conseguirá ter capital para fazer melhorias no próprio serviço que oferece. Certamente que em negociações deve haver um justo balanço entre as partes de modo a não incorrermos em abusos por parte das empresas, e tampouco assumir posições cristalizadas e irracionais  de que o lucro seja algo intrinsecamente ruim. Enfim, voltando lá atrás na escolha da empresa  que administraria o primeiro plano de saúde dos servidores da UFSC, havia sim uma questão ideológica muito bem delineada de pessoas que não queriam plano algum, ou que se tivesse algum plano este fosse oferecido pela GEAP, opção que foi vencida pela UNIMED. No momento atual, vivemos um impasse e nada sabemos das razões para o fracasso da licitação de Abril. O que desejamos é que isso não seja fruto de posições inflexíveis de nenhuma parte, pois o plano existe para os que estão dispostos a pagar pelo serviço que ele oferece, independente de mais nenhuma outra razão.