Governo não tem previsão de liberar verbas para UFSC

Secretário de Planejamento da instituição, Vladimir Fey, esteve em Brasília negociando a liberação de verbas, mas voltou sem novas perspectivas

Na última semana, o secretário de Planejamento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Vladimir Arthur Fey, viajou a Brasília, onde teve reunião para tentar articular alguma liberação de recursos, mas saiu da agenda sem qualquer previsão de liberação, informa a NSC.

“Acreditamos que agora, com uma visão melhor da receita, o governo comece a liberar a partir deste mês alguma parcela. O governo não pode ser tão insensível à situação, a essa quantidade de gente que pode ser prejudicada”, cobra o secretário.

Nos últimos meses, a reitoria diz ter feito um esforço para cortar custos com o objetivo de não afetar a assistência estudantil. Os quatro maiores contratos da universidade com empresas terceirizadas foram renegociados e seus valores mensais reduzidos em 11%, em média – o que vai gerar a partir deste mês uma economia de R$ 500 mil. 

 Na última quinta-feira (01), em entrevista à Imprensa Apufsc, o reitor da universidade, Ubaldo Balthazar, informou que espera que até o fim desta semana, pelo menos parte dos R$ 15 milhões necessários para bancar as despesas mensais de custeio da universidade seja autorizada pelo Ministério da Economia (MEC). “As aulas vão começar no dia 5 de agosto. Agora, não me pergunta o que vai acontecer se o governo não liberar os recursos”, afirmou. 

Em maio, quando o governo anunciou o corte no orçamento das universidades, o reitor da instituição chegou a dizer que só existia  dinheiro para funcionar até agosto. Agora, após esforço para cortar custos com o objetivo de não afetar a assistência estudantil, ele disse que “vai dar para tocar, mas de forma precária, devendo para muita gente”. 

 

Medidas já adotadas pela UFSC no primeiro semestre

– Fechamento do RU aos fins de semana

O Restaurante Universitário (RU) passou a fechar nos finais de semana nas últimas semanas de aula antes das férias de julho – medida que deve ser mantida no início do segundo semestre. Os cerca de cinco mil alunos com isenções, no entanto, seguem sendo atendidos mesmo aos sábados e domingos. O cardápio do RU também passa por mudanças para aproveitar mais frutas e verduras da estação.

– Redução de editais com bolsas para extensão e pesquisa

A universidade diminuiu o número de projetos em que os alunos desenvolvem pesquisas e recebem valores de ajuda de custo para equilibrar o orçamento.

– Renegociação de contratos

Os fornecedores que tinham contratos acima de R$ 500 mil ao ano foram chamados para renegociação. Alguns serviços foram reduzidos para que o valor também diminua.  É o caso do contrato de limpeza e conservação, por exemplo. A frequência de limpeza dos banheiros, por exemplo, foi mantida, mas nas salas de aula foi reduzida. A mudança resultou em 11% de diminuição no custo do serviço, que custa à UFSC R$ 1,2 milhão ao ano.

No total, quatro contratos foram revistos: limpeza e conservação, vigilância, portaria e cozinha. Com demanda menor, no entanto, as terceirizadas devem demitir. A UFSC estima o desligamento de 80 profissionais por causa das mudanças.

No segundo semestre, a comissão pretende avançar a revisão para contratos de menos de R$ 500 mil ao ano.

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C.G./L.L.