Cortes afetam mais as áreas de ciência e tecnologia

Governo Bolsonaro caminha para cortar mais em ciência e tecnologia do que em qualquer outra área com orçamento relevante em 2019

O governo Bolsonaro caminha para cortar mais em ciência e tecnologia do que em qualquer outra área com orçamento relevante em 2019. Segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nas contas do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações desde 2000, até julho deste ano a pasta só tinha executado 27% (R$ 3,7 bilhões) de seu orçamento para 2019 (R$ 13,6 bilhões). Além disso, deverá ser a área mais afetada pelos cortes do governo, encerrando o ano abaixo da média histórica de 60% do orçamento empenhado.

O documento do Ipea surge em meio à crise no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que ameaça o pagamento de bolsas de pesquisa a 84 mil cientistas.

A economista do Ipea Fernanda de Negri afirma, no documento, que o esforço fiscal para cumprir a meta de superávit primário deveria ser compartilhado por todos os ministérios, o que não acontece, “sugerindo uma baixa prioridade da área [MCTIC] na execução do governo federal”. Até julho, a média de execução orçamentária do conjunto dos ministérios é de 46%, 19 pontos percentuais acima do verificado no MCTIC.

Mantido o ritmo atual, a pasta executará algo perto de R$ 6 bilhões até o fim do ano, queda superior a 45% em relação ao pico registrado em 2013.

Leia Mais: Valor Econômico