Em sessão polêmica, Conselho Universitário da UFFS aprova pedido de destituição do reitor

Dirigente, indicado por Bolsonaro, afirma não reconhecer decisão do órgão

Em sessão polêmica, o Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) aprovou, por 35 votos a 12, enviar um pedido de destituição do reitor Marcelo Recktenvald à presidência da República. O dirigente, entretanto, não reconhece a decisão do órgão, por entender que para atingir dois terços seriam necessários 36 votos, uma vez que o Consuni tem 54 membros. Recktenvald, o vice-reitor Gismael Perin e o pró-reitor Claunir Pavan, que comandava a mesa em seu lugar, abandonaram a sessão antes do final da votação.

Os conselheiros entenderam que, como o reitor e o presidente da sessão não têm direito a voto, e uma cadeira não estava preenchida, o número de conselheiros caía para 51. De acordo com o regimento do órgão, a votação de dois terços “compreende a anuência de, ao menos, dois terços de todos os membros com direito a voto no Consuni”. Como os membros com direito à voto são 51, os votos necessários cairiam para 34.

O reitor poderia apresentar um recurso para que fosse votado de acordo com seu entendimento, mas ele e o pró-reitor resolveram abandonar a sessão. Segundo o regimento, na ausência do reitor, vice e pró-reitor, quem comanda os trabalhos é o conselheiro mais antigo presente. Assim, a professora Morgana Cambrussi assumiu a presidência e conduziu o voto que destituiu o reitor.

Em nota, a reitoria da UFFS disse que a sessão não aprovou o pedido de destituição. A administração central tem sete dias úteis para publicar a decisão do Consuni no site da instituição. Se a decisão publicada for o entendimento da reitoria, o pedido não será enviado ao presidente, o que será contestado na próxima reunião do Consuni, em 17 de outubro.

Mesmo que enviado à Brasília, a destituição teria que ser aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro, o que é pouco provável, uma vez que o reitor foi nomeado pelo presidente. Recktenvald foi o terceiro colocado na consulta pública da instituição, mas mesmo assim foi escolhido como dirigente.

Leia na íntegra: Sinduffs/G1