Confira como foi a paralisação nas maiores federais do País

De dez instituições, apenas UFRGS e UFPB não aderiram formalmente à greve de 48h ​

Universidades federais no País inteiro se mobilizaram durantes os dias 2 e 3 de outubro em defesa da Educação, datas em que as entidades nacionais que representam docentes, estudantes e trabalhadores técnico-administrativos convocaram uma paralisação de 48h em protesto contra os bloqueios orçamentários e contra o Future-se. Em comum, as entidades organizaram mostras de projetos e atendimento ao público, além de debates e aulas públicas. A paralisação terminou na quinta-feira com manifestações nas capitais.

Em Florianópolis, o ato unificado reuniu mais de 3 mil pessoas, que se reúniram em frente à Catedral de fizeram uma passeata pelas ruas do Centro. Nos dois dias de paralisação, a população pode ver de perto mais de 40 projetos no UFSC na Catedral.

Veja a seguir como foi a mobilização em outras universidades:

UFRJ e UFF

No Rio de Janeiro, as universidades federais e estaduais aderiram à paralisação de 48 horas nesta semana. Na UFRJ, a maior do país, professores promoveram aulas públicas, debates sobre o Future-se, e uma Jornada pela Educação, Ciência e Soberania, com atendimentos à população. Na Universidade Federal Fluminense (UFF), houve atividades externas nos 8 campi. Os dois dias de greve terminaram com um ato unificado da Educação e das entidades que lutam contra as privatizações no Centro do Rio. A manifestação começou na Candelária e terminou em frente à sede da Petrobrás. As associações de docentes da UFRJ e da UFF são ligadas ao Andes.

UFRGS

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os docentes decidiram, em assembleia, não aderir à greve de 48h, mas participar da mobilização convocada pelos estudantes nos dias 2 e 3. Na quarta-feira, alunos e docentes fizeram uma exposição de trabalhos acadêmicos, projetos de extensão e serviços da universidade no Largo Glênio Peres. A orientação do presidente da Adufrgs, Lúcio Vieira, foi para que os professores promovessem debates em sala de aula e nas unidades de ensino sobre como o programa Future-se e os cortes orçamentários prejudicam as Instituições Federais de Ensino Superior. Na noite de quinta, eles participaram de um ato na Esquina Democrática organizado pela UNE. A associação dos docentes da UFRGS é ligada ao Proifes-Federação.

UFPR

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde os docentes são representados por uma seção sindical do Andes, a greve de 48 horas foi aprovada em assembleia, mas a participação foi parcial, já que alguns centros de ensino, como o de Tecnologia, mantiveram as atividades. Na quarta-feira, o sindicato fez uma panfletagem nos locais da universidade que não aderiram à greve. O material impresso era entregue pelo próprio presidente do sindicato e por personagens de filme de terror – uma brincadeira feita em referência à situação “aterrorizante” das universidades públicas. Na quinta, cerca de 200 estudantes e professores levaram projetos de pesquisa para o centro da Cidade. A paralisação terminou com uma passeata às 18h pelas ruas da capital paranaense.

UFRN

Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), os professores decidiram, em assembleia, paralisar apenas no dia 2 de outubro, porque foi feriado no dia 3. Em Natal, na quarta-feira pela manhã, a Adurn, associação de docentes, ligada ao Proifes, se juntou a outras entidades em um ato político-cultural. Às 15h, participaram do ato chamado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

UFES

Na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), os portões amanheceram fechados na quarta-feira. Os professores, representados pela Adufes, que é ligada ao Andes, decidiram em assembleia aderir aos dois dias de paralisação. No dia 2, o sindicato promoveu panfletagem, aulas públicas e atividades culturais. Na quinta, organizou com outras entidades um ato público em frente ao Teatro Universitário.

UFBA

Os professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), representados pela APUB, ligada ao Proifes, aderiram à greve de 48 horas. Na quarta-feira, foi organizada uma roda de conversa sobre o Future-se e na quinta-feira pela manhã, um ato em defesa da educação pública tomou as ruas de Salvador. A manifestação reuniu entidades de vários setores da Educação e centrais sindicais. Como parte das programação da greve, a Apub também realiza junto com o Proifes, o Seminário Nacional Universidade Pública, entre os dias 3 e 4 de outubro. Ontem, o evento debateu cenários e desafios para a Universidade Pública. A Apufsc está representadano Seminário pela professora Patrícia Plentz, vice-presidente da entidade.

UFMG

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os professores decidiram aderir à greve nacional de 48h. No dia 2, a Apubh, sindicato autônomo que representa os docentes da instituição, promoveu atividades para a comunidade interna, com panfletagem para sensibilizar quem não quis participar da mobilização. Na quinta-feira, foi dia de UFMG na Praça, em que estudantes e professores apresentaram suas pesquisas e fizeram e atendimentos gratuitos. Foram instaladas seis tendas para cada área do conhecimento: Terra, Justiça, Artes, Saúde, Educação e Humanidades. No fim do dia, houve um ato público pelas ruas do centro.

UFPB

Os professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) participaram de atividades ligadas à mobilização nacional pela educação mas não chegaram a aprovar paralisação em assembleia por falta de quórum. A Adufpb, ligada ao Andes, fez panfletagem em diversos pontos de João Pessoa, e participaram de uma aula pública no centro com estudantes e trabalhadores técnico-administrativos.

UnB

Na Universidade Federal de Brasília (UnB), os professores levaram projetos de pesquisa e extensão na rodoviária do Plano Piloto e no aeroporto. Na Assembleia que deliberou pela adesão à greve, os professores decidiram também que a ADUnB, entidade ligada ao Andes, deve fazer uma representação no Ministério Público contra o ministro da Educação por conta de suas declarações difamatórias contra as universidades públicas.