Maia critica governo e defende que educação é a saída para crise

Apufsc comenta artigo assinado por Rodrigo Maia e demais líderes da Câmara dos Deputados

Em artigo publicado nesta terça-feira (05) no jornal O Globo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia defende a transformação do país através da educação e critica as atitudes do atual governo em contingenciar verbas das universidades e de instituições de fomento à pesquisa. Assinado por demais líderes da Câmara, o texto ainda defende que a ciência e a tecnologia não são a causa da atual crise, mas que podem ser a solução.

O presidente da Apufsc, Bebeto Marques, destaca a importância da divulgação do artigo, pois coloca em debate a falta de investimento que envolve desde a educação básica até as universidades e todo o sistema de pós-graduação. Ao mesmo tempo, ele se diz preocupado com o fato de que ainda seja necessário fazer apelos ao governo para que seja dada prioridade à educação.

“Causa um pouco de perplexidade ter que se manifestar através de jornais fazendo um apelo para que o governo corrija a rota. Como bem salienta o artigo, o Brasil está indo no sentido contrário aos países que encontraram no investimento em ciência, tecnologia, inovação e educação, saídas para suas dificuldades econômicas”, destaca Bebeto Marques.

O artigo também critica o posicionamento do governo que não segue exemplos de outros países, como Alemanha e Japão que investiram na educação.

“O governo brasileiro, no entanto, tem dado sinais em sentido contrário. Diante da crise econômica, em vez de ao menos manter os recursos voltados à área, o governo realizou um forte contingenciamento e tentou mudanças que poderiam ter desestruturado o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Informação […]”, diz um trecho do artigo divulgado pelo O Globo.

Para a vice-presidente da Apufsc, Patrícia Plentz, que recentemente, assim como Bebeto, participou de debates no Congresso sobre a crise na educação, a manifestação dos líderes da Câmara dá fôlego e esperança de diálogo para barrar propostas de cortes e enxugamento de investimentos no sistema brasileiro de educação.

“Como diz o título, a base do progresso de um país está na ciência e na tecnologia como pilares da educação”, afirma Patrícia.

Na visão de Bebeto Marques, é preciso ir além e colocar em prática essa manifestação em forma de votos dentro da Câmara dos Deputados que pode, por exemplo, barrar o projeto de lei orçamentária para 2020, bem como uma eventual medida provisória para fundir a Capes ao CNPq.

“É uma força enorme que pode se desdobrar barrando medidas, como o programa Future-se. Espero que essas forças parlamentares digam não a esse projeto por todos os motivos que foram argumentados até agora, em relação a destruição da universidade pública”, diz o presidente da Apufsc.

A Apufsc também vem contribuindo para os debates e, juntamente com o Observatório do Conhecimento, promoveu na última semana um seminário nacional na Câmara dos Deputados, envolvendo a Comissão da Ciência e Tecnologia e também a Comissão da Educação. No encontro foram colocados em pauta o quadro atual de financiamento e perspectivas futuras da universidade brasileira e ao sistema de ciência, tecnologia e inovação. Bebeto Marques, em seu discurso, destacou que a autonomia universitária só será alcançada se forem assegurados às universidades públicas os recursos necessários para promoção da pesquisa, da extensão e dos investimentos correspondentes.

Para o presidente da Apufsc essas iniciativas e o envolvimento de diversas entidades tem sensibilizado os deputados e lideranças partidárias, o que é muito positivo. Mas é necessário ainda um olhar mais atento para as universidades.

“Um pais sem universidade pública que produz pesquisa e inovação não tem futuro e, portanto, receberá de nós todos uma resistência enorme. Não deixaremos passar isso”, conclui Bebeto.

Leia na íntegra o artigo publicado pelo O Globo