Weintraub é questionado agora na Câmara sobre ‘maconha nas universidades’

Entre aqui para acompanhar; convocação do ministro pela Comissão de Educação  atendeu a pedido do deputado Pedro Uczai, a partir de solicitação da Apufsc

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, está sendo questionado pelos parlamentares  na Comissão de Educação da Câmara, nesta quarta-feira (11), sobre as declarações feitas no mês passado de que as universidades federais “têm plantações extensivas de maconha”. Acompanhe a audiência aqui.

A convocação foi feita a pedido do deputado federal Pedro Uczai (PT), a partir de uma solicitação pela Apufsc. A secretária-geral da Apufsc, Viviane Maria Heberle, está presente na audiência como representante do sindicato.

“Estamos muito contentes com a iniciativa da comissão de educação, que foi acionada por solicitação da Apufsc, e esperamos que o ministro, no mínimo, peça desculpas a toda a sociedade brasileira e às universidades, em particular, pelo que tem falado”, diz o presidente da Apufsc, Bebeto Marques. “Ele não pode continuar falando, impunemente, absurdos sobre os docentes e sobre as universidades, sem dar qualquer explicação sobre suas manifestações.” 

Foto: Viviane Heberle/ Apufsc

Em novembro, sem apresentar provas, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse em entrevista ao Jornal da Cidade Online que há “plantações extensivas de maconha” nas universidades federais, “a ponto de precisar de borrifador de agrotóxico”. “Você tem plantações de maconha, mas não são três pés de maconha, são plantações extensivas de algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico. Por que orgânico é bom contra a soja para não ter agroindústria no Brasil, mas na maconha deles eles querem toda tecnologia a disposição”, disse.

Em sua fala, Weintraub ainda acusou laboratórios de química de produzirem metanfetamina. O ministro, no entanto, também não apresentou provas e nem disse em quais universidades isso acontecia. “Você pega laboratórios de química – uma faculdade de química não era um centro de doutrinação – desenvolvendo drogas sintéticas, metanfetamina, e a polícia não pode entrar nos campi”, declarou.

Segundo ele, a culpa seria da “soberania” das universidades. “Foi criada uma falácia que as universidades federais precisam ter autonomia. Justo, autonomia de pesquisa, ensino… Só que essa autonomia acabou se transfigurando em soberania”, afirmou. Ele classificou as universidades de “madraças [escola muçulmana] de doutrinação” e disse defender a diminuição do “poder absoluto e hegemônico” delas.

Reitores recorrem à Justiça 

No dia 4 de dezembro, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) entrou com pedido na Justiça para que o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, prove as declarações de que há “crimes de produção de drogas” e “plantações de maconha” em Universidades.

A Instituição que representa os reitores das Universidades Federais pede que Weintraub apresente provas ‘efetivas’.