Alvo de investigação na Paraíba, parceria acusada de corrupção foi repetida no MEC

Empresas denunciadas na Operação Calvário são suspeitas de desviar R$ 134,2 milhões em dinheiro público da Saúde e Educação

Vencedora de uma licitação milionária para fornecer kits escolares a estudantes, a empresa Brink Mobil repetiu no Ministério da Educação uma parceria apontada como criminosa pelo Ministério Público da Paraíba em contratos no governo estadual entre 2012 e 2019. Segundo a denúncia da Operação Calvário, uma segunda empresa, a Conesul Comercial e Tecnologia Educacional, era aliada da Brink no esquema suspeito de desviar R$ 134,2 milhões em dinheiro público das áreas da Saúde e Educação da Paraíba. 

As duas empresas apresentaram uma proposta conjunta ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao MEC, para fornecer materiais como lápis, borracha, caderno e tesoura. O valor apresentado pelo consórcio Brink-Conesul foi considerado o mais vantajoso e acabou ganhando a concorrência.

A licitação vencida pelas empresas é uma das maiores do Ministério da Educação em 2019, no valor de R$ 406 milhões. A pasta foi informada das investigações da Operação Calvário, mas, mesmo assim, decidiu manter a contratação, assinada em novembro do ano passado. 

As duas empresas também já haviam vencido uma licitação anterior para fornecer kits escolares, em fevereiro. Na ocasião, usaram a mesma estratégia de se juntar para apresentar uma proposta única. 

A modalidade de contratação é a chamada ata de preços, em que outras empresas também são habilitadas a fornecer o produto. Como apresentaram a melhor proposta ao MEC, a Brink e a Conesul tiveram a preferência. Até o início da semana, o MEC já havia autorizado o envio de 3,1 milhões de kits, o que somava R$ 164 milhões.

Leia na íntegra: Estadão