Enem: Nenhuma prova pode ampliar e agravar injustiças, diz presidente da Andifes

“É fácil fazer a inscrição, outra coisa é estar se preparando”, ressaltou João Carlos Salles à CNN

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Carlos Salles, se posicionou a favor da suspensão do calendário da Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, em entrevista à CNN. Para o especialista, manter a data seria uma forma de ‘ampliar disparidades entre os alunos’, uma vez que as realidades entre eles são muito distintas no país. 

“O Enem hoje é uma prova decisiva para o acesso e é nosso dever, como autoridades da educação, o que fazer para diminuir dificuldades dos alunos, para que este acesso seja o mais democrático possível. A Andifes se posicionou a favor da suspensão do calendário e propondo um debate com as autoridades sanitárias e educacionais”, explica. 

“É fácil fazer a inscrição, outra coisa é estar se preparando. Esses grupos de alunos estão tendo as mesmas oportunidades de preparação ou estão tendo aulas? Não podemos perder de vista o fato de que vivemos uma calamidade pública, para que não possamos ter atitudes que possam estimular práticas indevidas, no ponto de vista sanitário. Nenhuma prova ‘cura’ desigualdades históricas, mas também nenhum certame pode ampliar e agravar estas injustiças. (…) No futuro, as atividades remotas devem sem melhor preparadas.”, complementou Salles.

O professor disse, ainda, que o adiamento da prova pode causar alguns efeitos colaterais e atribuiu a responsabilidade ao Ministério da Educação para que o diálogo seja permanente nesta fase. “Não podemos conviver com orientações desencontradas, é preciso elaborar procedimentos que favoreçam uma resposta unificada de todos os agentes neste momento”, concluiu.

Leia na íntegra: CNN Brasil