Aplicação inicia atividades remotas com incerteza sobre validação das horas

Colégio retomou ensino no dia 6 mas ainda não tem confirmação da UFSC de que aulas serão validadas

Professores e alunos do Colégio de Aplicação retomaram as atividades de ensino de forma remota nesta semana, sem a certeza de que as aulas serão validadas como parte do ano letivo de 2020. 

Uma nota da reitoria publicada no último dia 6 informa apenas que as atividades começaram de modo experimental, sem esclarecer se as horas ministradas nesta etapa serão consideradas como parte do calendário obrigatório.

 “Não vamos ferir o Conselho Universitário, mas estamos trabalhando com a certeza de que essas horas serão computadas, sim”, diz Marina Soligo, diretora de ensino do colégio. “Para nossa comunidade escolar, estamos agindo como se fosse horário obrigatório.” 

Só no dia 17 de julho o Conselho Universitário decidirá sobre ensino remoto na UFSC. Até lá, o CA deve continuar com essa incerteza. 

O Colégio de Aplicação vem se preparando desde abril para a retomada das atividades não presenciais. Primeiro, oferecendo conteúdo optativo para os estudantes das séries finais e ensino médio. Depois,  com capacitação de professores para uso do Moodle, ferramenta disponibilizada pela universidade para ensino remoto. 

No dia 18 de maio, o colegiado do Colégio de Aplicação decidiu por unanimidade retomar as aulas remotamente no dia 6 de julho. Com a decisão dos docentes e da diretoria, o pedido foi encaminhado ao Centro de Ciências de Educação (CED) da UFSC, do qual o CA faz parte, e para o subcomitê acadêmico – um dos cinco subcomitês criados para propor e coordenar medidas  de restabelecimento das atividades na UFSC por conta da pandemia. 

As duas instâncias aprovaram o início das aulas remotas no Colégio de Aplicação. Famílias e estudantes foram informados de que as disciplinas oferecidas a partir desta semana são obrigatórias para a conclusão do ano letivo. Esse aval, no entanto, ainda não foi dado pela instância máxima da universidade. 

O chefe de gabinete, Áureo Moraes, não comentou sobre validação desse conteúdo, mas afirmou que a nota da reitoria foi feita a partir de informações da direção do CED e colégio de que seria necessário um processo de acolhimento e adaptação. “A decisão quanto ao calendário sempre foi do colégio e do Conselho do CED.  O Aplicação nunca esteve incluído no calendário geral”, afirmou. 

A preocupação dos professores do Colégio de Aplicação é justamente com o calendário, especialmente para os alunos do último ano do Ensino Médio, que dependem da conclusão do ano letivo para prestar o Enem e vestibulares. 

Embora o governo federal tenha liberado as escolas de cumprirem os 200 dias letivos em 2020, ainda são necessárias 800 horas de atividades para que o ano seja concluído. Até o início da pandemia, os alunos do Colégio de Aplicação tiveram 106 horas de aula. Para que o cronograma seja finalizado em 18 de dezembro, as aulas remotas teriam de começar no dia 6 de julho. “Nosso calendário sempre começou antes da universidade e sempre terminou depois”, diz Marina. “Estamos contando com essas horas”

Imprensa Apufsc