Hackers atacam universidades privadas de São Paulo

Pesquisas sobre Covid-19 podem chamar atenção de invasores, diz especialista

Duas universidades privadas foram alvo, nos últimos dias, de ataques cibernéticos. A Universidade Anhembi Morumbi teve mais de 1 milhão de dados de alunos vazados e a Universidade Nove de Julho teve sua página hackeada. Os dois episódios reforçam a vulnerabilidade das universidades brasileiras a invasões do tipo e se juntam a uma série de ataques que têm ocorrido desde o ano passado.

No ano passado, um grupo de hackers, o mesmo que neste ano vazou exames do presidente Jair Bolsonaro e foi alvo de uma operação da Polícia Federal, vazou dados pessoais da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em janeiro deste ano, foi a vez de a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ter um dos seus sistemas invadidos.

De acordo com um levantamento feito pela empresa HarpiaTech, que monitora a atividade de 1.400 hackers na internet, os servidores da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa, que permite o compartilhamento de pesquisas críticas para o desenvolvimento nacional e conecta os sistemas das universidades federais a universidades estrangeiras, foram alvos de 42 mil incidentes de fevereiro até esta quinta-feira.

A Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa (Faperj), por sua vez, foi alvo de 16 mil incidentes. A maioria dos ataques foi em busca de ativos vulneráveis, passíveis de exploração.

A Anhembi Morumbi esclareceu que a segurança da informação, assim como a segurança física e o bem-estar de sua comunidade acadêmica, é uma de suas prioridades e um item de total atenção e trabalho por parte de seus funcionários. “Por isso, investe recursos de forma contínua com o objetivo de garantir a privacidade e a proteção de dados pessoais dos nossos alunos, docentes e demais colaboradores”, afirmou.

Na manhã desta quinta-feira, a Universidade Nove de Julho também teve seu site invadido. A princípio, o hacker responsável pelo ataque não vazou informações de alunos, mas apenas deixou uma mensagem no site do estabelecimento de ensino. A universidade afirma qeu ele só alterou a página, e nenhum banco de dados foi acessado. O ataque foi feito por um hacker que se intitula de “elsanninja”, que deixou a mensagem “menos propaganda, mais segurança” na home por algumas horas.

Leia na íntegra: O Globo