Distanciamento e máscaras não bastam para reabertura de escolas, diz estudo

Grupo da University College de Londres detalhou conclusões em artigo publicado em revista científica

A reabertura de escolas à medida que a pandemia de Covid-19 desacelera é algo que pode ser feito com sucesso, mas requer a testagem dos casos suspeitos e o rastreamento da maioria dos contatos dos infectados. Essa é a conclusão de um estudo liderado pela University College de Londres, que busca orientar a operação de retomada das aulas no Reino Unido.

Apesar de ter sido ancorado na realidade britânica, o trabalho traçou vários cenários hipotéticos que podem ajudar a orientar os processos de reabertura em outros lugares.

“O relaxamento do distanciamento social no Reino Unido, que inclui a reabertura de escolas, precisa ser acompanhado de testagem de indivíduos sintomáticos e de rastreamento de contatos efetivo em grande escala, seguido de isolamento dos casos infectados”, escreveram os pesquisadores, liderados pela epidemiologista Jasmina Panovska-Griffiths.

O grupo detalhou suas conclusões, obtidas por meio de simulações matemáticas de epidemia, em um artigo publicado ontem pela revista científica “The Lancet Child & Adolescent Health”.

Com aumento da demanda de gestores públicos por informações de como manter as escolas abertas de maneira segura, a publicação divulgou também os resultados de um estudo que monitorou 24 escolas na Austrália, que não chegou a fechar os estabelecimentos por não ter sido tão afetada pela epidemia.

Neles, os cientistas descrevem um caso de sucesso em evitar que salas de aula se tornassem centros de disseminação do novo coronavírus, mas implementando amplas medidas de contenção, indo além do protocolo de higiene e distanciamento social.

“A testagem efetiva e as estratégias para lidar com os contatos dos casos da doença foram associadas a baixos números de comparecimento de infectados, e crianças e professores não contribuíram significativamente para a transmissão da Covid-19”, escreveram os cientistas australianos, liderados pela pediatra Kristine Macartney, da Universidade de Sydney.

Apesar de o estudo australiano ter uma mensagem mais otimista que a do britânico, ambos estão calcados nos princípios de testagem e rastreamento de contatos.m

Segundo os pesquisadores, o objetivo do estudo foi o de municiar gestores públicos de qualquer país com informações para planejamento.

Leia na íntegra: O Globo