Nova diretoria do Andes-SN toma posse no 53° Conad

A nova diretoria do Andes-SN foi empossada nesta quinta-feira (26/6), durante a plenária de abertura do 53° Conad. Em sua fala de posse, Ciro Correia, professor da USP, o novo presidente, reafirmou o compromisso de continuação da luta por verbas e salários, pela autonomia de execução orçamentária sem interferências de entidades ou procedimentos privados nas instituições públicas. Ciro também ressaltou a luta por um padrão unitário de qualidade para a universidade brasileira e pela ampliação da rede pública de ensino com garantias de permanência dos alunos.

Ciro Correia criticou a perspectiva individualista dos setores conservadores na defesa de seu modelo de universidade voltada para a elite e o mercado. “Esses setores incentivam saídas individuais para resolver problemas de financiamento e salários, viabilizadas, por exemplo, pelas fundações privadas, que têm promovido o desvirtuamento do caráter público e gratuito da universidade, a descaracterização do regime de Dedicação Exclusiva e, não raro, usam a credibilidade das nossas instituições de ensino superior para viabilizar atividades ilegais”.

O novo presidente do Andes-SN também lembrou de forma contundente o desrespeito do governo Lula à liberdade de organização sindical. “Nesse sentido, vale tudo: da arbitrária suspensão do registro sindical de uma entidade com o nosso histórico e reconhecimento, à cooptação explícita de setores outrora combativos do trabalho, no entanto, o Andes-SN reage fortemente a essa ofensiva e lutará incessantemente pelo seu direito de existir”. Ciro Correia encerrou sua fala conclamando todos às lutas sociais e à defesa da universidade pública, tema central do Conad.

RESGATE – O ex-presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, encerrou o mandando relembrando a conjuntura na qual a diretoria anterior assumiu e ressaltando que os ataques ao Sindicato Nacional se intensificaram justamente porque a entidade se manteve combativa a todas as formas de desestruturação das universidades e dos movimentos sociais e sindicais de oposição ao governo. Rizzo afirmou que a experiência do sindicato não é só fruto da experiência de enfrentamento a essas manobras, mas também da elaboração de propostas para a carreira e a própria universidade. 

O ex-presidente também ressaltou a atuação do Sindicato Nacional no combate à relação entre as universidades públicas e as fundações privadas ditas de apoio. “O Andes-SN tem uma interpretação diferente da que têm outros setores em relação às fundações privadas. Enquanto para eles a solução é a acabar com os corruptos, o Sindicato entende que a corrupção é estrutural, ou seja, integra a origem dessa relação. Enquanto houver entidades privadas administrando dinheiro público, haverá corrupção.”

Rizzo também registrou a luta do Andes-SN no combate às práticas anti-sindicais no âmbito das universidades privadas, lembrando da resposta positiva da Organização Internacional do Trabalho (OIT) às denúncias feitas pelo Sindicato em 2006. Ele também enumerou conquistas de docentes de diversas universidades estaduais que enfrentaram dias de greve e saíram vitoriosos.