Este espaço no site da Apufsc-Sindical ficou durante muito tempo “Em construção”. Isso pode ter uma razão: como nos dirigir àqueles que têm tanto tempo de trabalho acadêmico acumulado e tanta vivência de UFSC? Como estabelecer uma conversa afiada na justa medida com quem queremos estabelecer diálogo? Tivemos dificuldade exatamente por se tratar de uma parcela de filiados e filiadas que nos exige especial respeito pela experiência laboral e humana que já tem conquistada.

Mas somos colegas. Partes de uma mesma categoria. Sempre acostumados a desafios e ao ofício de ensinar e de aprender. E, aliás, esse texto é resultado da contribuição de docentes em situação de aposentadoria. Então vamos fiar nossa conversa com a confiança que marca nosso fazer de sempre e sempre.

Nossa calorosa saudação!

Esperamos construir, aqui, uma conversa de mão dupla. Teremos, em seguida, um link exclusivo para que os colegas em aposentadoria possam expressar sua opinião, realizar críticas e sugestões.

Vamos começar anunciando algumas iniciativas que já estamos encaminhando:

1. Existe uma grande parte de docentes que se aposentaram antes da alteração de nossa carreira, que incluiu, a partir da progressão funcional, a classe de associado e, também, de titular. Assim, existem aposentados e aposentadas que persistem, a despeito de suas qualificações, na condição de Adjunto IV. Essa é uma questão que devemos tratar politicamente e de forma unificada nacionalmente. Mas podemos e vamos tratar, para quem assim desejar, por meio de ação judicial exigindo a correção desse ataque à paridade que nos é garantida no nosso plano de carreira. A Apufsc já solicitou à Prodegesp/UFSC a relação de docentes em aposentadoria que se encontram nessa situação. Essa é uma luta emergencial e extremamente relevante para toda a categoria docente das universidades federais públicas.

2. Estamos encaminhando a luta pela aprovação da PEC 555, que estabelece o fim da cobrança de contribuição previdenciária de nossos vencimentos.  Este é um ataque ao pacto previdenciário que não podemos admitir. Você, individualmente, pode pressionar os parlamentares a votarem e a trabalharem pela aprovação da PEC 555. Vamos fazer dessa luta uma ação coletiva, forte e contundente. Trata-se de uma inequívoca questão de justiça!

3. Estivemos junto ao reitor da UFSC, professor Irineu M. de Souza, para tratar da regulamentação de docentes em situação de aposentadoria que estejam ou pretendem contribuir de forma voluntária nas atividades da UFSC, especificamente os que atuam nas atividades dos programas de pós-graduação e se constituem como uma parcela significativa de professores pesquisadores sêniores, que contribuem intensamente para o desenvolvimento de pesquisas, orientações de teses e dissertações e, por vezes, para a manutenção de alunos de pós-graduação. Essa regulamentação é indispensável para a segurança dessa atividade, para a garantia de condições dignas de trabalho a esse contingente de docentes e, também, para o acesso a bolsas e recursos para pesquisa junto aos órgãos de fomento. Obtivemos o compromisso da atual gestão de que será constituída uma comissão especialmente para tratar dessa questão.

4. Estamos propondo a confecção de cartões de apresentação para docentes filiados à Apufsc.

Por último, vamos relatar um pouco do que foi a preocupação em destaque na nossa última Assembleia Geral. Claro, a luta por reajuste salarial perpassou todas as discussões. Mas o tema do colonialismo digital, sem que estivesse pautado, ganhou também protagonismo pelo entendimento dos presentes de que ele se espraia por todas as condições da vida humana na atualidade.

Nosso movimento docente sempre soube conjugar interesses da categoria, da universidade e da sociedade. Algo como a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. O tema do colonialismo digital encontra-se permeando todas as dimensões e na intersecção dos complexos laços que se estabelecem na sociedade contemporânea. Afeta o sentir e o agir econômico, político e social.

As plataformas digitais se apropriaram de tecnologias recém-construídas por inúmeros atores, estabelecem um modelo de negócios avassalador, invadem a intimidade de bilhões de pessoas, apropriam-se e negociam seus dados, interferem em processos políticos – dos mais comezinhos até aos eleitorais -, acumulam riquezas que as tornam virtualmente imbatíveis. Tudo isso, antes que a sociedade tivesse condições de submeter tecnologias e negócios a algum crivo humanizante. Busca-se, na verdade, com os mesmos procedimentos, perpetuar essa condição, por meio da recolonização do planeta, onde nossos dados (pessoais e de pesquisa) são tratados como commodities e as decisões sobre nosso futuro são negociadas como mercadorias.

Ao mesmo tempo, a incrível riqueza das possibilidades de aproveitamento dos processos chamados de Inteligência Artificial, que por vezes nos encantam e por outras nos assustam, ficam inacessíveis à extensa maioria dos oito bilhões de seres humanos, aos países em desenvolvimento e aos interesses da democracia.

A possibilidade de construção de autonomia científica e tecnológica exige ação imediata em todos os planos em que estamos inseridos. Nossos sindicatos e nossas Instituições Públicas de Ensino Superior têm potencial para participar de um processo de reversão desse quadro. Essa reversão interessa a cada um de nós, à universidade e a toda a sociedade. Nosso sindicato pode e deve se debruçar sobre esse tema. Lutar contra o colonialismo digital não significa isolacionismo. Significa desenvolver ciência em nosso país com autonomia e sem prejuízo de intercâmbios diversos.

Na última Assembleia, em que essa questão ganhou centralidade, o resultado foi a criação de um Grupo de Trabalho, o GT Ciência, Tecnologia e Inovação, que visa, entre outras questões, discutir o combate ao colonialismo digital.

Para esse e outros Grupos de Trabalho, os docentes em situação de aposentadoria, estão convidados.

É nesse contexto que falamos, ao colocar como chamada desse espaço, no site, de “Conversa Fiada“. Muitos fios de saberes, especialidades, experiências e opiniões são necessários e estão presentes na parcela aposentada de nossa categoria para tecer a potência do sindicato que construímos, de que precisamos e que tem muito a realizar.

Texto elaborado, a partir da coordenação do presidente da Apufsc-Sindical, José Guadalupe Fletes, pelos seguintes docentes aposentados/as:

  • Antônio Ribas Ribeiro – Prof. Representante dos Aposentados no CR da Apufsc
  • Ana Maria Cartaxo – Prof.  Representante dos Aposentados no CR da Apufsc
  • Lino Fernandes Bragança Peres – Prof. Representante dos Aposentados no CR da Apufsc
  • Maria Odete Santos – Prof. Representante dos Aposentados no CR da Apufsc
  • Paulo Marcos Borges Rizzo – Prof. Representante dos Aposentados no CR da Apufsc
  • Cynthia Machado Campos – Professora Aposentada filiada à Apufsc
  • Coralia Piacentini – Professora Aposentada filiada à Apufsc
  • Jane Maria de Souza Philippi – Professora Aposentada filiada à Apufsc
  • Lucídio Bianchetti -Professor Aposentado filiado à Apufsc
  • Marcos Ferreira – Professor Aposentado filiado à Apufsc
  • Maria da Graça Nóbrega Bolmann – Professora Aposentada filiada à Apufsc
  • Valeska Nahas Guimarães – Professora Aposentada filiada à Apufsc
  • Vânia Manfroi – Professora Aposentada filiada à Apufsc
  • Vera Lucia Bazzo – Professora Aposentada filiada à Apufsc
  • Vera Maria Ribeiro Nogueira – Professora Aposentada filiada à Apufsc

Aposentadoria em Foco

Aposentadoria em Foco é o informativo quinzenal em vídeo da Apufsc-Sindical com notícias para professoras e professores aposentados das universidades federais de Santa Catarina. Em semanas alternadas, às terças-feiras, publicamos o informativo na TV Apufsc e enviamos por WhatsApp às filiadas e filiados aposentados.

O conteúdo é um resumo das principais notícias da quinzena. As notícias completas podem ser acessadas nesta página, na seção “Notícias sobre aposentadoria” abaixo.

Veja a playlist no YouTube ou no player ao lado.

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