Descalabro administrativo na UFSC

É notória a falta de prioridades para os cursos de graduação. As coordenadorias e coordenadores estão em segundo, terceiros ou provavelmente em plano nenhum de prioridades na estrutura administrativa da UFSC. Sempre escutei sobre a falta de servidores técnico-administrativos nas secretarias dos colegiados de curso. Desde o final de março passado estamos com a secretaria do Colegiado de Curso da Engenharia Sanitária e Ambiental fechada por falta de funcionário. O único servidor, chefe de expediente, se aposentou e não houve nenhuma previsão ou atitude que nos tenha sido comunicada a respeito da sua substituição. Há vários meses já prevíamos o caos que agora estamos em nossa secretaria. Apesar das nossas várias tentativas para evitar que isto acontecesse (tanto a direção do CTC quanto a PREG foram informados antecipadamente da aposentadoria do servidor), nada foi feito pela administração da UFSC, que deveria estar atenta aos problemas das coordenadorias. Uma das razões para a não ocupação da vaga pode ser a má gratificação para o cargo de chefia de expediente, meros R$220,00, ainda assim muito maior do que a gratificação que se dá ao coordenador de curso, zero reais, isto mesmo, coordenador de curso é como relógio, trabalha de graça.

A outra razão provável para não se obter funcionário para esta secretaria está no caos administrativo que toma conta da instituição ao adotar regimes de trabalhos diferenciados para servidores contratados para oito horas diárias. Explicando melhor, até as pedrinhas ao largo do calçadão da Reitoria sabem que vários setores da UFSC fazem turnos de seis horas, sem que nem todos estes setores estejam ao abrigo da lei. Setor que fica aberto 12 horas pode fazer turno de 6 horas (das 7 horas às 19 horas) desde que seja de fundamental importância. Isto pode ser justificado na área médica do HU, entretanto, não se justificaria nas secretarias de departamentos e vários outros setores. Apesar disto, está em voga o uso da prática de regimes de trabalho inferiores a oito horas, sem que secretarias tenham horários de abertura condizentes. Na verdade, nada justifica que vários órgãos da UFSC abram às 7 horas e fechem às 19 horas. Caso isto acontecesse, haveria a necessidade de se contratar dois funcionários para realizar o trabalho que hoje é feito por apenas um.  Ouve-se pelos corredores que regimes de trabalho de até quatro horas diárias já existem na prática. Tudo isto sem redução de salários, que permanecem aqueles previstos para uma jornada de oito horas semanais. Em 2000, fui chefe de departamento e já naquela época tivemos problemas com esta questão. 

E o que tem isto a ver com o problema enfrentado em nossa coordenadoria? Ora, há muito que eu já sabia que não haveria reposição de funcionário para uma secretaria situada no CTC e ainda de coordenadoria de curso, onde muito trabalho espera, e onde regimes de trabalho inferiores às 40 horas não seriam tolerados. Portanto, estamos hoje vivenciando uma situação criada por gestões anteriores e, até o momento, respaldada pela atual Reitoria.  Prováveis compromissos de campanha devem estar por detrás de tudo isto.  Tudo isto é fruto das eleições diretas para reitor, pois é a moeda de troca na caça aos votos. Até quando?