Cenário de Inquietação!!!

Enquanto o Governo Federal bate todos os recordes em arrecadação, os servidores públicos federais vêem suas remunerações diminuindo a cada ano. Em 2011 a arrecadação foi de R$ R$ 969.907 bilhões, um aumento real, já descontado a inflação, de R$ 10,1% em comparação a 2010. Por outro lado, os gastos com o funcionalismo foi de R$ 177 bilhões, um aumento de 6,6%, menos que a expansão de 9,8% em 2010. Estes resultados mostram a despreocupação do governo com salários dos servidores federais.

Principal exemplo são os professores das Instituições Federais de Ensino Superior. Os salários dos docentes são os menores dos registrados há dez anos. A meta de igualar as remunerações dos professores com as de outros quadros da administração federal não passa de falácia, até o momento.

Este descaso do governo com os professores resulta da contribuição direta das entidades representativas da categoria. O comprometimento com o governo fez com que elas assinassem um reajuste de 4%, valendo apenas a partir de março deste ano. Com uma inflação de 6,5% em 2011 e com uma previsão de 5% para este ano, os docentes terão uma perda de aproximadamente 8%.

A negociação sobre o plano de carreira resulta da estratégia montada pelo Ministério do Planejamento (MPOG), com aceitação de um Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e por uma Federação de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), ambas alinhadas às propostas governamentais.

Por outro lado, a conduta inteiramente inconstitucional das autoridades do MPOG tem mantido o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical), mesmo sendo um sindicato autônomo, fora da mesa de negociações de salários e carreira para os professores.

Associada a esta situação crítica, a Câmara dos Deputados aprovou a Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais com sérias restrições apresentadas pela Apufsc.

Com esta conduta com os educadores, a carreira do magistério, que há tempos deixou de ser atraente, também desestimula quem está na ativa, prejudicando a qualidade do ensino superior num país que hoje tem os olhos do mundo voltados para ele e demanda a importação de profissionais para áreas econômicas e sociais estratégicas.

Em carta publicada, Émile Zola expressa que: “Um só sentimento me move: o desejo de que se faça luz. Meu ardente protesto nada mais é que um grito de minha alma”.

Como professor, apresento minha indignação.