Renovação na UFSC

Uma nova equipe assume a reitoria. Encontra uma universidade com imenso potencial de contribuição à sociedade catarinense e brasileira. Professores, alunos e servidores técnico-administrativos formam uma organização muito bem qualificada e altamente diversificada. Poucas entidades brasileiras dispõem de tais competências. Agregando aposentados e ex-alunos, sua comunidade universitária pode alcançar dimensões bastante abrangentes. As modernas tecnologias de comunicação podem tornar este coletivo muito eficaz.

A pós-graduação e a pesquisa, com docentes em dedicação exclusiva, colocam a UFSC numa posição de vanguarda estadual e de proeminência nacional. Os professores orientadores dispõem de equipes formadas por alunos de doutorado, de mestrado e de graduação. O processo de elaboração de teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e de iniciação científica agregam conhecimentos que são repassados aos novos alunos através do ensino, formando um ciclo virtuoso. O apoio de sistemas computacionais de informação, de âmbito mundial, criam plenas condições para alcançar altos níveis de eficácia nas interações com os sistemas produtivos de bens e serviços, públicos e privados.

Nos países desenvolvidos, as universidades são reconhecidas não apenas pela formação de profissionais, mas também pelo contínuo repasse de conhecimentos relevantes para a sociedade externa. No Brasil muitas organizações produtivas ainda não perceberam as grandes oportunidades de colaboração com as universidades. Empresas como a WEG, Embraco e Tupy continuam sendo exceções. São necessárias ações de extensão que consigam montar elos de cooperação de alta eficácia operacional. Recentes modificações na legislação brasileira sobre inovação tornam tais interações bem mais viáveis.

 A UFSC necessita remover os entraves burocráticos que dificultam suas interações com as organizações externas. A delegação de competências que funciona bem no ensino de graduação e de pós-graduação também pode ser estendida à pesquisa e à extensão. Os campi distantes da sede tornam estas descentralizações mais necessárias e urgentes. As direções de Centro e dos Campi podem absorver encargos operacionais dos pró-reitores. Acredito que a reitoria deva ocupar-se especialmente com a representação institucional no ambiente externo e com os cenários futuros, numa perspectiva bem mais estratégica.


Raul Valentim da Silva

Professor Aposentado