Eleição de reitor: O triunfo da demagogia

Demagogia é uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar as massas, incluindo promessas que não podem ser cumpridas visando à conquista do poder.  Para Aristóteles era uma corrupção da democracia. E certamente é uma corrupção. A verdadeira democracia na universidade é, incluso no país, o respeito total pela dignidade do ser humano fundamentado na verdade e na Justiça.

A verdade é um conceito fundamental do homem, assim tudo intento, teórico ou político, de aplastar a verdade é no fundo um intento de aplastar o homem. Existe uma relação intrínseca e radical entre o homem e a verdade, o homem somente pode realizar sua vida na verdade e consequente justiça.

A eleição tripartite igualitária é totalmente demagógica. A Universidade não é um clube, nem um país onde todos os eleitores são iguais em hierarquia, a Universidade tem como funções fundamentais a procura da verdade pela pesquisa, sua transmissão pelo ensino e sua aplicação pela extensão. Existe assim uma lógica hierarquia onde o professor tem a responsabilidade nas pesquisas e, por isso, autoridade, depois está o aluno que deve apreender e, finalmente, o funcionário que deve facilitar a pesquisa o ensino e a extensão. Esta extensão deve ser realizada em todos os âmbitos, mas no momento atual a lógica exige privilegiar o setor produtivo.

A lei universitária (decreto 1.936/96 art.1, item 1) é, ao menos, razoável quando determina um peso de 70% para professores e 30% para alunos e funcionários sem especificar quanto para cada estamento. Mas, a lei não foi observada uma vez mais, deixando assim os maiores responsáveis pelo funcionamento da universidade: os professores, totalmente desprestigiados por esta violência inacreditável. Seguindo a lei o resultado seria considerando 15% para alunos e 15 % para funcionários: De Pieri 38,69%, Ubaldo 32,58% e Irineu 26,80%, ou seja, o inverso da demagogia.

Devemos salientar que foi o juíz Federal Diógenes T.M. Teixeira, em sua sentença de 12/01/2016, que autorizou esta evidente violação de um decreto nacional. E este fato representa: I) Um grave problema cultural por uma parted+ e II) A passividade do povo brasileiro pela outra.

O grave problema cultural, própria de uma elite dirigente que carece de um verdadeiro patriotismo, carece da procura da verdade e da justiça, e carece de uma visão de futuro para orientar o país e, por isto, sempre foi beneficiada pela violação da lei que somente é aplicada aos pobres que não podem pagar os custosos advogados que igualmente se beneficiam com esta situação.

Nossa universidade entra nesta ilegalidade que há levado a conseguir: o 10° lugar, e do mundo em desigualdade econômica-social, e o 4° na América Latina, a ter o sistema judicial mais caro do planeta 1,40 do PIB, nos Estados Unidos custa 0,14 do PIB, na Alemanha 0,32 do PIB, na Espanha 0,12 do PIB e em Portugal 0,28 do PIB. Esta ilegalidade leva a falsificar os dados da previdência que desde 1997 até agora gastou R$ 5,6 trilhões, em valores atuais, mais a receita durante estes 21 anos foram de R$ 5,8 trilhões, ou seja, superavitário. Esta ilegalidade leva a ocultar que nestes mesmos 21 anos o país pagou em juros R$ 4,7 trilhões, isto é  R$ 19 bilhões por mês, que significam que 30 dias de juros correspondem a 8 meses da Bolsa Família em 2018, contra a qual muitos usurários protestam porque não trabalham, os usurários trabalham? (Dados de Paulo Kliass, Outras palavras 29/03/18), Vergonha é pouco !!

Esta usura nos juros segue causando tragédias nas famílias e nos mais necessitados, acumulando riquezas de grandes multinacionais e prestamistas, subtraindo recursos de nossos países não desenvolvidos para os desenvolvidos do norte, que ainda acreditam, como muitos de nossos dirigentes, que a atual forma de colonialismo é positiva.

A passividade do povo, nossa passividade no observa que a ilegalidade e a desigualdade estão intimamente interconectadas, como estão a falsidade e injustiça, a mentira e a opressão, nossa universidade não pode compactuar mais com esta situação, devemos reagir o quanto antes.

Numa nota anterior, escrevendo sobre este problema indicava: que a responsabilidade da APUFSC esta clara, igualmente ela deve escolher entre a verdade ou falsidade, hoje devo perguntar: onde está a APUFSC com seu organismo legal, financiado por nós, os professores, que não continua a luta contra este total desprestígio e violência contra nossa categoria?

Devemos reagir, como um exemplo ao menos, pelo beneficio de nossa sociedade e do país!!


Rosendo A. Yunes

Professor aposentado