E o que vamos fazer?

 

O desgoverno do governo é patente com os filhos falando mais alto do que o pai, com ministros vendo jesus na goiabeira, mandando ler carta com slogan de campanha nas escolas, entre outras “pérolas”. Pode ser que este governo não dure muito mas pode fazer muito mal enquanto estiver “operante”. Uma das principais armas carregadas e apontadas para a cabeça dos brasileiros é a reforma da previdência. Muito se escreveu e tivemos ate uma palestra muito interessante organizada pelo nosso sindicato, a Apufsc. Como ouvimos na palestra e com pode ser lido em muitos meios de comunicação a proposta tem muitos pontos a serem, pelo menos, debatidos profundamente se estivéssemos em um regime verdadeiramente democrático. Não é isto que o governo quer, vai gastar dinheiro publico para fazer propaganda pesada a favor da reforma e pelo visto vai “negociar” a reforma no parlamento, ou melhor dizendo com alguns parlamentares. A expectativa é que passe rápido para atender o “mercado” que é um eufemismo para sistema financeiro.

 

E o que vamos fazer?

 

Ajudei a formar há 10 anos a Apufsc como Sindicato Independente, neste batalhei por uma agenda participativa e acreditava que seria um sindicato de base. Ledo engano meu, rapidamente a base foi esquecida e substituída pela velha e manjada política de “cúpula”. Desenganado me desfiliei não sem antes batalhar e muito para que o sindicato de base se erguesse e fortalecesse em tempos de bonança pois sabia, e era obvio, que essa fase iria acabar e que teríamos que voltar a lutar por nossos salários, que a época de negociação era somente isso, uma época. Voltei a me filiar neste ano pois percebi novos ares no sindicato e senti a esperança, e a necessidade, de ter um sindicato forte para nos defender nos tempos atuais.

 

Mas assim como o governo tem seu “rito de passagem” na aprovação da reforma da previdência o nosso sindicato tem o seu na articulação nacional de resistência à patrola que o governo quer passar no tramite deste tema. A desmobilização do MD não permite erguer um sindicato forte de base para dar resposta a uma situação tão urgente. Do debate sobre a articulação nacional da Apufsc não estou ouvindo nada mas não da para esperar mais um minuto pois corremos o risco de ficar de fora, mais uma vez, da construção coletiva de soluções a problemas que nos interessam.

 

Precisamos participar das mesas de negociação, se por acaso ocorrerem, ou da organização da oposição caso o governo não queira negociar conosco.

 

Nestor Roqueiro

Departamento de Automação e Sistemas (DAS/CTC)