Em pleno protesto nacional, Weintraub terá que explicar cortes à Câmara

O ministro Abraham Weintraub foi convocado pela Câmara a comparecer  no plenário da casa às 15 horas – horário que coincide com atos unificados pela educação em todo o do país

 

Derrota no plenário da Câmara, por 307 votos a 82, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi convocado para falar hoje no plenário da Câmara dos Deputados, informa o jornal Valor Econômico. Os parlamentares cobram de Weintraub explicações sobre o contingenciamento orçamentário em universidade e institutos federais de educação. Apenas PSL e Novo opuseram-se ao pedido, de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

A presença do ministro no plenário da Câmara está marcada para as 15 horas – horário que coincide com uma série de atos unificados pela educação nas principais capitais do país.

O ministro enfrenta a Câmara em circunstâncias  adversas, com parte da cúpula do governo em viagem ao exterior, para acompanhar o presidente Jair Bolsonaro na homenagem que receberá da Câmara do Comércio Brasil-Estados Unidos, em Dallasd+ e em meio a uma mobilização nacional contra os cortes nos recursos para a educação, com protestos convocados em todo o país.

De acordo com a Constituição Federal, por ter sido convocado, Weintraub é obrigado a comparecer, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade na hipótese de ausência sem justificativa adequada. A convocação é vista como mais uma derrota imposta ao governo Jair Bolsonaro pelos parlamentares, coordenada com o adiamento forçado da análise de medidas provisórias para a próxima semana.

O ministro concedeu entrevista a uma rádio de São Paulo na terça-feira (14)  à noite. Ele afirmou que o montante de contingenciamento da pasta, em torno de R$ 5,7 bilhões, é “administrável”.

 “A gente está administrando sempre olhando o que a gente precisa. E eu realmente acredito que a gente vai achar soluções. Segundo ele, o correto é soltar os recursos necessários para esse semestre e postergar o que for possível para o segundo semestre.

“Isso é gerenciar. Eu gerencio: o que precisa agora? Comprar remédio e trocar o pneu do carro. É importante, mas dá para segurar para o segundo semestre. Dá, fica com pneu careca, mas o meu filho está com dor agora. Então vai administrando e é isso que estamos fazendo”, disse. O MEC confirmou ter convocado a Força Nacional para evitar “danos ao patrimônio e aos servidores” que possam vir a ser causados pelos protestos.

 

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