Manhã foi de protesto na UFSCd+ às 15h, na catedral, começa o ato unificado da educação

Professores, estudantes e servidores saíram em passeata pelo câmpus e abraçaram o prédio da reitoriad+ às 13h30 cerca de quatro mil pessoas saíram em passeata da UFSC em direção ao centro

A manhã deste 15 de maio foi diferente do habitual para uma quarta-feira no câmpus Trindade da UFSC. Professores, servidores e estudantes, que normalmente estão em seus departamentos, concentrados em suas atividades  de ensino e aprendizagem, pesquisa e extensão, nesta manhã se encontraram em frente à reitoria da universidade.  Mesmo as pessoas que permaneceram em seus centros interromperam suas atividades de rotina para participar de alguma forma do processo, com debates e reuniões. Por volta das 13h30, cerca de quatro mil pessoas saíram em passeata da UFSC em direção ao centro.

Veja o momento em que a caminhada saiu da UFSC em direção ao centro.

Com o corte de 35% do orçamento da UFSC, anunciado pelo governo, a universidade corre o risco de parar de funcionar em agosto. O valor bloqueado ultrapassa R$ 60 milhões, o que inviabiliza as atividades. Trinta minutos juntos contra os 30% de corte!, este foi o mote para o ato chamado em conjunto pela Apufsc Sindical, o Sintufsc, o DCE e a APG. Mas o movimento durou bem mais do que a meiad+ começou às 7 horas, com panfletagem e distribuição de adesivos “UFSC SIM, Cortes de Verbas, não!”. Na praça em frente à reitoria, grupos produziram faixas e cartazes para a Greve Nacional da Educação.

Professores, técnicos e estudantes se manifestam com cartazes em frente a reitoria da Universidade

Outro grupo saiu em passeata e deu uma volta pela universidade, passando pelo CFH, CFM, Colégio de Aplicação e dali para a rótula da Trindade, de onde seguiu em direção ao CTC e voltou ao prédio da Reitoria. Estudantes que encontravam a passeata iam se somando à caminhada, que durou cerca de uma hora. Depois, todos se deram as mãos e abraçaram a reitoria, em um ato simbólico. 

Presidente da Apufsc-Sindical, Bebeto Marques, fala durante o ato. (Foto: Vinicius Claudio)

“Estamos dando o primeiro passo de unidade política, que envolve administração universitária, instituições e entidades ligadas às universidades e institutos federais, em defesa da educação pública  do Brasil”, disse o presidente da Apufsc Sindical, Bebeto Marques.  “Não nos iludamos, não será hoje que vamos derrotar esta política que quer acabar com a voz crítica da sociedade e destruir a ciência brasileira. Temos que ter paciência porque essa luta leva tempo. O que vai derrotar essa política é a força coletiva dos movimentos das universidades, respeitando os papéis das reitorias e das entidades científicas”, acrescentou.

Marques ressaltou o papel que a UFSC desempenhou, nas últimas seis décadas, na formação de jovens, de lideranças econômicas, sociais e políticas. “Uma luta responsável se inicia hoje. Parabéns a todos aqueles que se engajam nessa luta e que hoje à tarde estarão em praça pública, sem nenhuma vergonha de dizer que a Universidade Federal de Santa Catarina é a história desse estado, a universidade brasileira é a soberania desse país. Uma sociedade sem universidade estará fada a escravidão, a incultura e à insubordinação dos povos”.

O coordenador geral do Sintufsc, Celso Ramos Martins disse que “não podemos admitir que um governo, de qualquer partido, corte recursos da educação. Vamos defender a universidade pública e de qualidade. Juntos vamos fazer a diferença”.

Para o reitor da UFSC, Ubaldo Cesar Balthazar, “é um momento ímpar na vida da universidade pública brasileira. Mais do que nunca, a UFSC precisa da união de todos”. Ele defendeu que  “a educação é um insumo que precisa de cuidados permanentes e investimentos, isso se faz com recursos para que possamos desenvolver e oferecer ensino de qualidade, pesquisa de ponta, aproximação da sociedade com grandes projetos de extensão e de pesquisa”.

 


L.L.