Volta às aulas em SC tem incertezas de pais e medidas para possível retorno

Estado prepara medidas de prevenção e adia para 12 de outubro a possível retomada presencial nas escolas, em meio a insegurança de pais e alertas de especialistas

Schirlei já decidiu: ainda que as aulas presenciais em Santa Catarina retornem neste ano, o filho Douglas, de 11 anos, não volta a frequentar a escola até dezembro. O motivo é o medo de contaminação pelo novo coronavírus. 

A data de volta às aulas presenciais em SC sofreu novo adiamento nesta semana. A última previsão, que era de um possível retorno das escolas em 8 de setembro, foi alterada após uma reunião desta semana que discutiu números atuais da covid-19 no Estado.  Agora, o Estado confirma que as aulas estão suspensas até pelo menos 12 de outubro. O retorno vai depender do avanço da pandemia do novo coronavírus em SC. 

Desde março o filho da pedagoga Schirlei da Silva Catarina, 36 anos, está em casa e faz as atividades de forma remota pela internet. É a mesma situação de 1,3 milhão de estudantes em SC – 537 mil da rede estadual e outros 785 mil nas redes municipais. As unidades também oferecem atividades impressas para alunos sem acesso a computador. 

A moradora de São José diz que só pretende permitir que o filho volte às aulas presenciais no próximo ano, com um cenário de pandemia já controlado e, possivelmente, uma vacina. “Conheço a realidade das escolas e sei que é impossível conseguir manter distância entre as crianças. É impossível que em um pátio eles não se esbarrem ou peçam algo emprestado do outro. O professor não tem como atender o aluno sem se aproximar, tocar no material. Não seria seguro nem para os alunos nem para professor”, avalia. 

Schirlei faz parte de um grupo que teme um possível aumento de casos se as aulas presenciais forem retomadas. Esta semana, uma pesquisa Datafolha mostrou que 79% dos pais dizem que uma reabertura das escolas poderia agravar a pandemia. O mesmo percentual defende que elas deveriam permanecer fechadas por mais dois meses. 

Enquanto as escolas não reabrem, o filho de Schirlei deve permanecer nas atividades remotas. A mãe admite que a rotina é exaustiva para conseguir conciliar o trabalho e ajuda ao filho nas atividades, mas afirma que grupos de pais e professores no aplicativo Whatsapp ajudam. 

Estado definiu protocolo para quando retorno for possível

A secretaria de Educação já definiu um protocolo de segurança para quando as aulas presenciais forem retomadas, ainda que a data seja incerta. O governo sustenta que a decisão só será tomada com aval das autoridades de saúde.

Uma das tendências é de que os primeiros a retornarem sejam os alunos acima de 14 anos. Esse público, aliás, foi o alvo das diretrizes de segurança divulgadas no final de julho. Normas para os públicos menores estão sendo elaboradas. 

Nesta semana, o secretário de Educação de SC, Natalino Uggioni, afirmou em entrevista à CBN Diário que o reinício será feito de forma gradual, começando pelos mais velhos. “Vamos iniciar pelos maiores, pelos alunos que estão no último ano do Ensino Médio, que vão prestar o Enem e que estão tendo mais dificuldade de acompanhamento nesse período. E o movimento não vai ser todo de uma vez só. Teremos alguns estudantes retornando e, semanalmente, vamos aumentando o número até atingirmos a totalidade.”

Outra definição do protocolo já aprovado para os alunos maiores é a possibilidade de aulas em formato híbrido, com parte das atividades presenciais e parte remota. Isso porque nem todos os professores podem voltar para a sala de aula por conta da estrutura física e dos grupos de risco. 

Leia na íntegra: NSC