Mais de 100 professores e pesquisadores da UFSC apontam 10 medidas para acabar com a pandemia

Em carta, pesquisadores relembram que País é um dos piores do mundo no combate e pontuam a necessidade de mudança da postura nacional de enfrentamento

Frente ao rápido aumento dos indicadores epidemiológicos da pandemia registrados nas últimas semanas, professores e pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) publicaram uma carta em que reúnem, em 10 pontos, informações e fatos científicos sobre a pandemia de covid-19. Segundo os signatários, as reflexões propostas na carta apontam uma direção para evitarmos um retrocesso ainda maior nos sistemas de saúde e educação, e no desenvolvimento humano, econômico e social. 

No momento da divulgação do texto, Santa Catarina ultrapassa a marca de 7 mil mortes, com taxa recorde de ocupação dos leitos de UTI. No Brasil, a quantidade de pessoas que morreram em decorrência do vírus é de mais de 250 mil, apontando o momento mais grave da pandemia no país até agora.

O documento levanta críticas à liberação de atividades sem a devida fiscalização ao cumprimento das normas de prevenção. A permissão de tais atividades, que resultam em aglomeração, tem a finalidade de minimizar os efeitos econômicos da pandemia, mas resultarão em efeitos contrários, segundo os pesquisadores, pois levarão a uma extensão do período da pandemia e a tornarão mais severa. 

Os pesquisadores também reforçam a necessidade do uso de máscaras, do distanciamento entre as pessoas, da higienização frequente das mãos e da ventilação dos espaços como sendo medidas eficazes e conhecidas desde o início da crise sanitária, e explicam que a longa continuidade da pandemia está atrelada a “nossa incapacidade individual e coletiva de cumprir com as quatro recomendações”. 

Além de afirmarem mais uma vez que não existe tratamento precoce contra a covid-19, os professores também pontuam que a terapia profilática cientificamente comprovada para a prevenção contra esta doença é a vacina, e que a única forma de voltar a normalidade é o controle da transmissão do vírus. Também desmentem que crianças não transmitem nem se infectam com o coronavírus, pontuando assim que a volta das aulas presenciais deve ser revista e adiada até que o controle do processo pandêmico esteja consolidado.

Ao relembrar que o Brasil está entre os países com as maiores taxas de mortalidade e que pior enfrentaram a pandemia, os pesquisadores concluem reforçando “a necessidade de mudança da postura nacional de enfrentamento da pandemia, para não sermos todos cúmplices históricos por naturalizar no século 21 um novo holocausto”. 

Confira a carta na íntegra aqui.

Imprensa Apufsc