Pesquisadores da UFSC e do HU são coautores de artigo reconhecido pelo livro de recordes Guinness

Artigo trata sobre estudo relacionado à Covid-19

Pesquisadores do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participam de uma pesquisa científica internacional que originou um artigo reconhecido pelo livro de recordes Guinness como a publicação científica revisada por pares com maior número de autores já publicada até o momento. O artigo SARS-CoV-2 vaccination modelling for safe surgery to save lives: data from an international prospective cohort study, (Modelagem de vacinação SARS-Cov-2 para cirurgia segura para salvar vidas: dados de um estudo internacional de coorte prospectiva) publicado no British Journal of Surgery (BJS) teve coautoria de mais 15 mil especialistas.

Pela UFSC, participaram os pesquisadores Humberto Fenner Lyra Júnior, professor do Departamento de Cirurgia da UFSC e coordenador do estudo desenvolvido no HU; José Mauro dos Santos e João Carlos Costa de Oliveira, professores do Departamento de Cirurgia da UFSC; o médico Tiago Rafael Onzi e a residente Nathalia Siqueira Julio, do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo, além de Marlus Tavares Gerber, médico do Serviço de Coloproctologia do hospital.

Esses especialistas atuaram em um estudo colaborativo internacional promovido pelo CovidSurg Collaborative, que é um braço do grupo de pesquisa multicêntrico Global Surg Collaboratives, liderado por especialistas da Universidade de Birmingham, do Reino Unido. O CovidSurg Collaborative é ele próprio considerado um dos maiores projetos de pesquisa colaborativa do mundo: mais de 25 mil cirurgiões trabalharam juntos para coletar dados de 140.727 pacientes em 1.674 hospitais de 116 países, incluindo Austrália, Brasil, China, Índia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.

Relevância

No estudo realizado no HU, foram colhidos dados de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos pelo Serviço de Coloproctologia durante um mês, de acordo com o protocolo internacional. Esses pacientes tiveram sua evolução acompanhada durante os primeiros 30 dias de pós-operatório. Os pesquisadores levantaram informações referentes a aspectos como benefícios da vacinação em candidatos a cirurgias eletivas e tempo seguro para indicar cirurgias após a infecção por Covid-19, entre outros.

O coordenador do estudo no HU, professor Humberto Fenner Lyra Júnior, destaca “a relevância do tema para a saúde pública mundial e nacional e o grande esforço de inúmeros médicos e pesquisadores ao redor do mundo na tentativa de elucidar aspectos científicos e práticos para entender essa nova doença”.

Os dados levantados no HU foram incorporados aos números dos outros centros de pesquisa e deram origem, até agora, a quatro artigos científicos. Na publicação reconhecida pelo Guinness, os cientistas evidenciaram que a vacinação contra a Covid-19 de pacientes à espera de uma cirurgia eletiva poderia evitar a morte de mais de 58 mil pessoas em todo mundo e sugeriram que esse público deveria ser imunizado antes da população em geral. Cabe ressaltar que o artigo foi publicado em março, quando a maioria dos países estava no início das campanhas de vacinação e havia poucas vacinas disponíveis à população em geral.

Em outro artigo do mesmo grupo internacional de pesquisadores, publicado também em março na revista Anaesthesia, da Association of Anaesthetists, o tema central foi o tempo necessário de espera para uma cirurgia por pessoas contaminadas pela Covid-19. Os números do estudo apontaram que a cirurgia deveria ser adiada por ao menos sete semanas após um paciente ser infectado.

Fonte: Notícias da UFSC