DCEs convocam ato pela soltura da estudante presa durante manifestação em Florianópolis

Estudante de Filosofia da UFSC foi detida no protesto realizado no fim da tarde desta quinta-feira, no Centro da cidade

A prisão de uma estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) durante manifestação pela democracia realizada no centro de Florianópolis no fim da tarde desta quinta-feira, dia 11, provocou reações do movimento estudantil e outras entidades que cobram a soltura da jovem.

Os Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) da UFSC e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) estão mobilizados desde o início da manhã desta sexta-feira, e convocaram um ato para às 13h na audiência de custódia da graduanda.

O DCE Luís Travassos, da UFSC, se pronunciou da seguinte forma nas redes sociais:

“A estudante de filosofia da UFSC perseguida ontem pela PM segue presa na penitenciária e HOJE, ÀS 14H FAREMOS UM ATO na audiência de custódia dela pela sua soltura. Estamos desde às 7h da manhã, os DCEs da UFSC e UDESC, junto com outras entidades que estavam no ato ontem e representações da UFSC Centro de Plantão Policial em vigília pela estudante!

Ontem, durante a manifestação pacífica que estudantes, trabalhadores e movimentos sociais faziam em defesa da educação e da democracia contra o golpismo fascista dos militares, a polícia militar de Santa Catarina prendeu uma estudante de filosofia da UFSC.

A abordagem da prisão foi muito agressiva, forçando a estudante a se ajoelhar e sentar no chão aos berros. Enquanto tentávamos negociar e exigir a liberação da estudante, mais policiais chegaram com arma na mão e dispararam balas de borracha contra manifestantes, atingindo um morador de ocupação no pé que teve fratura no osso, lesões nos ligamentos e nos tendões.

A confusão se deu por conta dessa truculência da PM, e não o bastante também a cavalaria veio em direção contra o ato. Mais quatro estudantes ficaram feridos por serem atingidos por cassetetes dos policiais.

Estávamos aqui em vigília ontem de noite, estamos aqui desde hoje às 7h ainda em vigília e seguiremos aqui até que a estudante seja solta!!!”

Segundo o DCE, o ato será realizado em frente ao Centro de Plantão Policial.

Sobre a prisão

Conforme o NSC Total, o motivo da detenção foi depredação do patrimônio público por causa de uma pichação, segundo a Polícia Militar. Em um vídeo gravado pelo cinegrafista da NSC TV Marcos Schmitt, é possível ver o momento em que a PM prende uma mulher, e o conflito então se inicia na Rua Tenente Silveira. A mulher tenta escapar dos policiais, mas não consegue. Outros manifestantes foram empurrados pelos policiais na sequência da ação. 

Os agentes também usaram cassetetes contra os manifestantes e abriram fogo com balas de borracha. Manifestantes pedem a liberação da mulher e então são afastados do local. A presa estava isolada pela PM. Com o espaço aberto, a cavalaria chegou ao local do confronto afastando ainda mais os participantes do ato.

Segundo o coronel Dhiogo Cidral, ela foi presa por pichação/depredação do patrimônio público. “Força necessária. Os policiais estão cercados, e os manifestantes tentam libertar a detida. Logo, força necessária para o devido afastamento”, alegou o comandante da PM à NSC.

Manifestantes que estavam no local informaram que a mulher presa teria sido atirada no chão pelos policiais e que ela não teria tentado fugir ou reagir.

Nota da Polícia Militar

Durante a manifestação, houve a observação de um flagrante crime com uma mulher pichando um imóvel, depredando-o. No momento da prisão, conforme os vídeos divulgados, claramente se vê que os policiais foram cercados, e os manifestantes tentam libertar a detida. Logo, precisou-se da força necessária para o devido afastamento dos policiais que estavam em menor número. Um policial foi ferido no rosto.=

Ressalto que, em todo e qualquer crime ou contravenção flagrado pela polícia militar cabe a intervenção legítima e legal dos policiais, tal como aconteceu.

As manifestações devem ser pacíficas e com respeito aos outros princípios constitucinais, sem cometimento de crimes ou transgressões, ferindo garantias legais, ou manchando outros direitos”.

Imprensa Apufsc