Governo reajusta bolsas do CNPq e da Capes; confira os valores

“Estamos cuidando dos pesquisadores e das pesquisadoras”, disse a ministra Luciana Santos durante cerimônia no Palácio do Planalto

Com o Salão Nobre do Palácio do Planalto lotado de estudantes e representantes da comunidade científica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o reajuste dos valores das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A cerimônia realizada nesta quinta-feira, dia 16, contou com a participação da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do ministro da Educação, Camilo Santana.

“As pessoas têm que saber que investimento em educação é o melhor e mais barato investimento que o Estado pode fazer. Porque esse país não pode passar a vida inteira sendo exportador de minério”, disse o presidente.

Os reajustes variam entre 25% e 200% nas bolsas de graduação, pós-graduação, de iniciação científica e na Bolsa Permanência e contemplam 258 mil bolsistas.

“Os desafios colocados serão solucionados com pesquisa científica de alta qualidade, desenvolvida em laboratórios bem equipados e com infraestrutura robusta, mas, sobretudo, por pessoas. E essas pessoas devem ser reconhecidas, respeitadas e valorizadas. E é isso que estamos fazendo hoje. Nós estamos cuidando dos nossos pesquisadores e das nossas pesquisadoras”, disse a ministra.

O ministro da Educação, Camilo Santana, reforçou a importância dos anúncios para a ciência. “Esse momento é simbólico. É uma demonstração do retorno da autoestima dos nossos pesquisadores, dos nossos alunos, dos nossos professores e, além de tudo, é a esperança de construirmos um mundo melhor através da educação, da ciência e da tecnologia”, disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Cerimônia de anúncio dos novos valores e da expansão das bolsas Capes, CNPq e do programa de Bolsa Permanência (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Comunidade científica 

O presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Vinícius Santos Soares, é doutorando em saúde pública pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele tem uma história de sucesso e resiliência na área acadêmica – uma experiência parecida com a de muitos outros brasileiros. Nascido em Peixinhos, em Olinda (PE), Vinícius foi o primeiro da família a entrar numa universidade pública e só conseguiu dar sequência aos estudos por causa das bolsas de estudo. “Fui o primeiro da família a entrar numa universidade pública e serei o primeiro a virar doutor e tudo isso graças às políticas públicas de educação e ciência”, contou.

Bolsas

O aumento das bolsas será de 40% para os alunos do mestrado e doutorado, de 25% para os pós-doutorandos, de 75% para a iniciação científica e de 200% para a iniciação científica júnior. Além dos valores das bolsas, serão reajustadas em 20% as taxas de bancada para alunos de cursos de doutorado e pós-doutores e os adicionais de bancada das bolsas de Produtividade do CNPq.

Os alunos de iniciação científica no ensino médio também vão se beneficiar. Serão 53 mil bolsas para estimular jovens estudantes a se dedicar à pesquisa e à produção de ciência que vão passar de R$ 100 para R$ 300. Na graduação no ensino superior, as bolsas de iniciação científica terão acréscimo de 75%. Vão passar de R$ 400 para R$ 700.

As bolsas para formação de professores da educação básica terão reajuste entre 40% e 75%. Em 2023, haverá 125,7 mil bolsas para preparar melhor os professores, peça central na elevação da qualidade do ensino básico. Atualmente, os valores dos repasses variam de R$ 400 a R$ 1.500.

Recomposição 

O governo federal também vai recompor a quantidade de bolsas oferecidas. No caso do mestrado, por exemplo, em 2015 havia 58,6 mil bolsas, número que caiu para 48,7 mil em 2022, redução de quase 17%. Agora, a estimativa é de que sejam ofertadas 53,6 mil.

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação