Em debate sobre Marco Temporal, especialistas falam de direito, justiça e soberania indígena

Evento foi realizado pela Apufsc-Sindical e o Movimento Humaniza SC

Na última sexta-feira, dia 30, a Apufsc-Sindical e o Movimento Humaniza SC realizaram o debate “Marco Temporal: direito, justiça e soberania indígena” no auditório do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O evento foi aberto pelo vice-presidente da Apufsc, Adriano Duarte, e contou com a participação de Fernando Almeida, Juliana Salles Machado e Jafé Satare.

“Esse é um tema muito importante e emergencial. É muito relevante que esse tema seja pautado por uma organização sindical da nossa universidade”, avaliou Juliana ao abrir a discussão.

O debate iniciou com a exibição de um vídeo em que o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, se manifesta de maneira contrária ao marco temporal. “O governador do estado fala em tragédia, mas esquece da história do próprio estado. O povo Xokleng foi expulso do seu território, fomos mortos. Isso é uma tragédia”, analisou Fernando. “O fim do século XIX foi um período de intenso genocídio da população indígena”, complementou Juliana. “Pouco a pouco, os povos existentes nas Américas foram drasticamente reduzidos”, disse ainda Jafé.

Assista ao debate na íntegra:

Sobre os debatedores

Fernando Almeida, Xokleng estudante do curso de Jornalismo na UFSC e rapper indígena, tem músicas de resistência.

Juliana Salles Machado é professora do Departamento de História da UFSC e atua desde 2020 como coordenadora da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da universidade. Realizou pesquisa de pós-doutorado no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo através de um projeto colaborativo com a população indígena Laklãnõ Xokleng em Santa Catarina.

Jafé Ferreira de Souza, ou Jafé Sateré, é uma liderança tradicional da nação Sateré-Mawé e também um embaixador do seu povo. É formado em Direito pela UFSC.

Imprensa Apufsc