Se quer quer se não quer dish

Por Nestor Roqueiro*

É chato ser chato as vou ter que ser chato.

Há um ano disse que a Mesa Nacional de Enrolação Permanente não ia dar em nada e deu …em nada.

Eu disse que os sindicatos que ficam de costas para a categoria que representam são fracos e não tem força para negociar e está óbvio que é assim.

Eu disse que o Proifes era um outro Andes com camuflagem de bonzinho e com as mesmas práticas de “politica de cúpula” e se confirmou.

Eu disse que essa mesa de enrolação ia acabar e a gente ia ficar de mãos abanando. Errei no tempo pois pensei que isso ia se dar no próximo governo de extrema direita. Não precisamos esperar, acabou de acontecer.

Eu disse que o governo ia manter a proposta de 0% de reajuste para 2024.

Eu disse que os reajustes lineares para 2025 e 2026 corriam o risco de não serem honrados e agora junto com a proposta de mesas setoriais foi confirmado.

Eu disse que o governo oferece e a nós cabe aceitar ou não. Podemos espernear e só. Está aí o reajuste de auxílios. Se quer quer se não quer dish.

Eu disse que precisamos regulamentar a data base prevista em 1988 sob risco de fragmentados e enrolados não termos força para negociar salários. As dezenas de mesas setoriais de enrolação permanente que estão sendo criadas confirma. Agora digo, o próximo governo de extrema direita vai voltar nos botar a todos no mesmo saco e nos jogar no ostracismo. Não é necessário ser muito inteligente para prever isto. 

Obrigado Proifes e obrigado Andes por enterrar nossa esperança de recomposição salarial em tempos de um governo que se diz progressista. Já sei que no próximo governo de extrema direita ambos vão enterrar a cabeça num mangue, bem longe de qualquer trabalhador, e continuar a existir como museus.

*Nestor Roqueiro é professor do DAS/CTC