“Não há nação desenvolvida sem uma ciência forte”, afirma secretária-geral da SBPC

Claudia Linhares Sales destacou a necessidade de políticas estruturantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do país

Dando início à semana em que a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) sedia a Reunião Regional da SBPC, de 19 a 21 de fevereiro, a secretária-geral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e coordenadora geral do evento, Claudia Linhares Sales, ministrou a aula magna da pós-graduação campus de Goiabeiras, em Vitória, com o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento nacional: onde estamos?”. Sua fala foi seguida por um debate do qual participaram Celso Alberto Saibel Santos, diretor técnico-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), e Vinícius Soares, presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG). O reitor da Ufes, Eustáquio Vinícius Ribeiro de Castro, também esteve presente na sessão.

Em sua fala, Linhares Sales enfatizou a importância da SBPC para o desenvolvimento da ciência brasileira e o papel da entidade como protagonista na defesa da democracia e da valorização do conhecimento científico no país. “A SBPC teve um papel fundamental durante a ditadura militar, sendo um dos raros espaços de expressão e resistência da comunidade acadêmica. Também foi determinante no período da redemocratização, participando ativamente da Constituinte de 1988 para garantir a inclusão de um capítulo sobre ciência na Constituição Federal, entre outras sugestões”, destacou.

Linhares Sales também mencionou os desafios atuais da ciência brasileira, como o orçamento reduzido para pesquisa e desenvolvimento, a necessidade de uma estratégia nacional clara para a ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e a urgência de investimento na formação e fixação de pesquisadores no país. “Não há nação desenvolvida sem uma ciência forte. O Brasil precisa definir prioridades e garantir investimentos contínuos”, afirmou. Ela também mencionou a 5ª Conferência Nacional de CT&I, realizada em agosto de 2024, e a necessidade de transformar suas diretrizes em políticas concretas. “O Livro Violeta, resultado dessa conferência, que está para ser divulgado, precisa ser uma base sólida para construção de uma estratégia nacional coerente.”

Leia na íntegra: Jornal da Ciência