Diretoria da Apufsc cobra da Reitoria posição sobre demolição da sede do sindicato

Para o presidente Bebeto Marques, “o que sai dessa situação é um trator ameaçando a demolição do prédio da Apufsc” em plena celebração dos 50 anos do sindicato

A Apufsc-Sindical se reuniu na manhã desta quarta-feira, dia 16, com a Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para discutir a situação da sede do sindicato no campus Trindade. O prédio histórico que abriga a sede deve ser demolido, junto dos blocos modulados, conforme projeto do Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia (Dpae). Durante a reunião, o presidente da Apufsc-Sindical, Carlos Alberto Marques, cobrou a oficialização da situação por parte da Administração Central, para que a categoria possa discutir as possibilidades.

Participaram também da conversa a vice-presidente Karine Simoni, o secretário-geral Romeu Bezerra, o diretor de Assuntos de Aposentadoria Wilson Erbs, o assistente jurídico, Wladimir Espindola, e os advogados que atendem a Apufsc-Sindical.

De acordo com o reitor Irineu Manoel de Souza, o melhor para a Reitoria seria a Apufsc permanecer onde está, mas ele afirmou que há questões técnicas, urbanísticas e de segurança no local. Segundo Irineu, o contrato com a empresa que fará a demolição deve ser assinado dentro de 15 dias, e incluirá a derrubada da sede da Apufsc.

Irineu lembrou ainda que a discussão sobre a desocupação de todo o espaço começou na gestão da reitora Roselane Neckel e que também há uma pressão do Ministério Público Federal (MPF), mas se colocou aberto para discutir as possibilidades.

Bebeto enfatizou que a sede é mais do que uma edificação física: “é a história de uma associação de docentes que atua não só em defesa da categoria, mas em defesa da universidade”. Ele ressaltou que, neste ano, a entidade completa 50 anos, e que o local materializa um patrimônio imaterial de luta. Para o presidente do sindicato, todas as questões técnicas apresentadas até o momento são superáveis.

Conforme o projeto da UFSC, toda a área dos blocos modulados será urbanizado com árvores, bancos e caminhos de ligação. “Ponderamos que não há a necessidade de demolir a sede, pois não tem problemas de infraestrutura física e podemos adequar à urbanização que será efetuada”, disse o presidente da Apufsc.

Bebeto cobrou ainda que a Reitoria oficialize sua posição e a situação para que as possibilidades possam ser debatidas com a categoria. Ele afirmou que a entidade está aberta a resolver a questão da sede em definitivo.

No ano passado, a Apufsc participou do edital de chamamento público 01/2023 para cessão de uso do espaço conhecido como Flor do Campus. Bebeto lembrou, no entanto, que até agora o sindicato não obteve resposta sobre um ofício enviado à Reitoria em 25 de julho de 2024, no qual fazia uma série de perguntas relacionadas aos recursos que seriam destinados à reforma do local.

“Nove meses depois, o que sai dessa situação é um trator ameaçando a demolição do prédio da Apufsc. O trator aqui é simbólico, é materializado num contrato de demolição de uma empresa que ganhou a licitação”, disse. Ele acrescenta que o sindicato pede “uma solução definitiva, formal, por escrito, da solução que a Reitoria quer dar”.

Uma entidade como a nossa, que tem 50 anos, com todo um histórico de defesa da universidade da categoria, não pode ganhar de presente um de demolição da sua sede”, disse Bebeto.

Segundo o reitor, ainda não há uma data de demolição prevista. Bebeto, então, compartilhou que a empresa licitada informou que o prédio do sindicato será o primeiro a ser derrubado. Por isso, o secretário-geral, Romeu Bezerra, enfatizou que é preciso buscar agilidade nessas discussões sobre o destino da sede.

A Diretoria da Apufsc-Sindical participará de uma nova reunião na manhã desta quinta-feira, dia 17, para continuar discutindo o tema e conhecer melhor o projeto do Dpae.

“Em sendo oferecido um espaço definitivo, condizente e digno com a importância da Apufsc, levaremos para a categoria decidir. Sugerimos alternativas, como um terreno dentro do campus, a sede dos Volantes, ficar no local atual, reformando o espaço, ocupar a área da antiga biblioteca setorial do CFM, e estamos abertos a discutir outros espaços que a Reitoria apontar, desde que seja uma solução definitiva diante da provável demolição”, acrescentou Bebeto.

URP

A reunião também teve como tema de pauta a questão que envolve os processos judiciais relacionados à devolução ao erário dos valores recebidos pelos docentes da UFSC a título da Unidade de Referência de Preços (URP), no processo 561/89. Segundo a assessoria jurídica do sindicato, são 846 professores e professoras que ainda têm processos em tramitação e que podem ter que devolver pelo menos 1 ano e 1 mês.

O reitor afirmou que a UFSC só irá cobrar a correção desses valores nos casos em que houver determinação do juiz. Irineu ressaltou ainda que a instituição irá revisar todos os processos e seguir a orientação da Procuradoria. Segundo ele, a universidade encaminhará então sua decisão à Apufsc e aos requerentes.

Advogados que representam a Apufsc e a Reitoria em discussão sobre a URP (Fotos: Karol Bernardi/Apufsc)

Imprensa Apufsc