Que universidade queremos?

*Por Maria de Lourdes Borges

As eleições para a Reitoria da UFSC se aproximam e mais uma vez a pergunta se coloca: qual é a UFSC que queremos? O que precisamos modificar na atual gestão e o que devemos resgatar das diversas experiências à frente da reitoria da UFSC? Tenho refletido e discutido com vários interlocutores e interlocutoras e me arrisco nesse momento a expor alguns princípios que me parecem essenciais.

Como filósofa, inicio por demandas que considero universais, algo que gostaríamos de ver realizado em todas as universidades e não só na UFSC. Considero que o desafio da Universidade brasileira hoje é combinar a excelência na pesquisa, ensino e extensão com o papel essencial de redução das desigualdades sociais. Além disso, também necessita de uma boa administração, ágil, eficiente, que seja capaz de realmente realizar suas metas.

Apresento a seguir um esboço de preceitos gerais para a construção de uma UFSC de qualidade, que faça a diferença na ciência e na arte, que atue na redução das desigualdades sociais e que tenha uma administração competente.

Uma UFSC 

  • Que produza conhecimento, ciência, cultura e arte
  • Que tenha uma administração competente e ágil, com capacidade de dar conta de
    forma efetiva as demandas dos diversos cursos, departamentos e centros de ensino da
    UFSC.
  • Que seja um centro de excelência em pesquisa
  • Que ofereça uma formação de qualidade a discentes dos diversos cursos 
  • Que seja capaz de suscitar discussões contemporâneas com a comunidade acadêmica e
    fora dela
  • Que reforce o caráter solidário da UFSC em relação à comunidade de SC, através de
    projetos de extensão
  • Uma UFSC comprometida com as ações afirmativas e combate às assimetrias e
    desigualdades em relação às diversidades de gênero e às diversidades étnico-raciais.
  • Uma UFSC que consiga discutir com os três setores suas pautas e reivindicações.

Deixo essa reflexão, certamente inicial e incompleta, como sugestão para as várias discussões que precedem esse período tão crucial para o futuro da nossa universidade.

*Maria de Lourdes Borges é professora do Departamento de Filosofia da UFSC

Artigo recebido às 00h11 do dia 06 de outubro de 2025 e publicado às 12h10 do dia 06 de outubro de 2025