Universidades federais só preenchem 34% das cotas para estudantes trans e travestis

Quatro das seis instituições federais com a política afirmativa ocuparam menos de vagas ofertadas para a ação, mostra levantamento do Globo

Quatro das seis universidades federais com política de cotas para pessoas trans e travestis não preencheram mais da metade das vagas ofertadas para a ação afirmativa na última seleção, apesar de o número de inscrições ter superado esse quantitativo. É o que revela um levantamento do Globo com base em estatísticas do Ministério da Educação, obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), e das próprias instituições. Somadas, as federais com essas cotas tiveram, em matrículas, o equivalente a apenas 34% das vagas abertas para a modalidade na edição mais recente do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Para especialistas, a dificuldade para preencher mais vagas pode ser explicada, principalmente, pela vulnerabilidade socioeconômica dessa população. Há, contudo, outros fatores, como a reprovação de parte dos candidatos pelas bancas que analisam a adequação à cota e até a forma como as estatísticas são contabilizadas.

Funil social

Coordenador do Projeto Direitos Humanos e Educação e doutorando em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Jonathan Domingues diz que as barreiras para pessoas trans, travestis e não binárias acessarem as universidades são múltiplas e começam antes mesmo do vestibular. Ele destaca que há um funil social e educacional, que vai se “estreitando” desde o ensino médio.

Leia na íntegra: O Globo