Instituições lançam carta conjunta em repúdio às fake news sobre a vacina contra covid-19

O documento aborda o caso de profissionais que vêm propagando, em redes sociais, alegações falsas sobre um suposto efeito colateral

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e o Ministério da Saúde (MS) divulgaram nesta terça-feira, dia 18, uma carta conjunta repudiando a circulação de fake news sobre a vacina contra a covid-19.

O documento aborda o caso de profissionais que vêm propagando, em redes sociais, alegações falsas sobre um suposto efeito colateral chamado “síndrome pós-spike”, termo sem qualquer reconhecimento científico.

“Essa condição [síndrome pós-spike] tem sido apresentada por alguns profissionais como se fosse consequência das vacinas contra a covid-19, mas essa doença não existe. Não há qualquer base científica que sustente tal afirmação, tampouco reconhecimento por parte de instituições sérias no Brasil ou no mundo. Anvisa, OMS, FDA e EMA, autoridades sanitárias e organismos internacionais de referência não reconhecem nem validam essa alegação”, alertam as instituições no documento.

O texto também lamenta que essas inverdades estejam sendo usadas para fins comerciais, agravando ainda mais o cenário. Segundo a carta, alguns profissionais têm promovido a tese fictícia para vender cursos, consultas e tratamentos sem eficácia.

“Criar uma doença fictícia para lucrar com o medo das pessoas é uma violação ética grave e coloca a população em risco. Quem espalha esse tipo de mentira enfraquece campanhas de vacinação, confunde famílias e ameaça principalmente crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas”, afirmam.

O documento reforça que a prática médica é regida por normas claras. O Código de Ética Médica proíbe divulgar tratamentos sem comprovação, fazer uso de linguagem sensacionalista ou oferecer métodos sem evidências para atrair pacientes. Quando esses limites são ultrapassados, a sociedade inteira fica exposta, e vidas podem ser colocadas em risco. “Vacinas protegem. O negacionismo mata pessoas. E o país precisa reagir com firmeza.”

O MS ressalta também que tomará as medidas judiciais cabíveis. “Da parte do Ministério da Saúde, em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), será feito tudo o que for possível, do ponto de vista jurídico, para impedir que esses profissionais continuem espalhando mentiras sobre vacinas e ainda lucrando com isso. É o negacionismo aliado à ganância.”

::: Leia a carta na íntegra

Fonte: Jornal da Ciência