Serrapilheira anuncia dois novos editais com R$ 7,3 milhões em apoio a jovens cientistas

Chamadas são voltadas a pesquisadores vinculados a instituições de ensino e pesquisa e a pós-docs negros e indígenas sem vínculo

O Instituto Serrapilheira anunciou duas novas chamadas públicas de apoio a até 14 jovens cientistas, com investimento de R$ 7,3 milhões. Um dos editais é voltado a pesquisadores das áreas de ciências naturais, matemática e ciência da computação, com vínculo permanente a instituições de ensino e pesquisa, e outro é voltado a pós-doutorandos negros e indígenas da área de ecologia, sem vínculo empregatício. As inscrições vão até 2 de dezembro. A íntegra dos dois editais pode ser consultada aqui.

O principal objetivo das chamadas é criar condições para que pesquisadores consigam desenvolver projetos inovadores com autonomia, flexibilidade e abertura ao risco, ampliando o potencial de suas pesquisas. Outro pilar importante é ampliar a inclusão de jovens cientistas negros e indígenas em posições de destaque na academia.

Embora lançados juntos, os editais têm características diferentes. Na 9ª chamada pública de apoio à ciência, o foco da seleção são cientistas em início de carreira com projetos nas áreas de ciências naturais (ciências da vida, física, geociências e química), matemática e ciência da computação. Já a 4ª chamada de apoio a pós-docs negros e indígenas em ecologia, feita com apoio da Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia), é exclusiva para pós-doutorandos na área de ecologia.

O Serrapilheira considera que o risco é bem-vindo na ciência. Por isso, os candidatos das duas chamadas devem detalhar os elementos de risco em seus projetos. Os editais explicam cinco dimensões de risco científico: 1) relacionados à hipótese; 2) à abordagem ou metodologia; 3) à interdisciplinaridade; 4) projetos exploratórios; e 5) que buscam fazer uma síntese teórica. Os editais também aceitam projetos que não contenham nenhum dos elementos listados, mas que o candidato considera fora da caixa, de alto risco e alto impacto.

“Nesta edição, reforçamos nossa abertura ao risco e fomos ainda mais explícitos sobre os elementos que o compõem”, explica Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do Serrapilheira. Queremos financiar projetos que podem ‘dar errado’, mas que miram em responder a grandes questões e têm a chance de fazer contribuições significativas para suas áreas. É uma oportunidade para o candidato pensar em ideias diferentes que questionem o conhecimento científico atual, abram novas perspectivas de avanço ou aprofundem o entendimento em seus respectivos campos de pesquisa.”

Aguilaniu também ressalta a importância da parceria com a Fapesb, que acontece pelo segundo ano. “Esta é a quarta edição da nossa chamada exclusiva para cientistas negros e indígenas. Pode parecer uma iniciativa consolidada, mas, na verdade, ela não acontece sem parcerias. Por isso, ficamos felizes em ver uma FAP que compartilha da nossa missão de inserir mais pessoas de grupos sub-representados na academia.”

A seleção abrange duas fases. Na primeira, os candidatos devem enviar uma pré-proposta e responder a perguntas sobre seus projetos de pesquisa. Os selecionados para a segunda etapa terão novo prazo para submeter as propostas completas e passarão por entrevistas. O resultado final será divulgado em junho de 2026.

Leia na íntegra: Serrapilheira