Evento teve a maior participação da categoria desde a realização do primeiro seminário
No último sábado, dia 29, o IV Seminário Nacional do Proifes-Federação chegou ao fim após três dias de intensos debates. A edição histórica marcou o processo de consolidação da carreira criada pela entidade em 2008, registrando a maior participação da categoria desde a realização do primeiro seminário.

Abrindo o último dia do evento, o professor Conrado Abreu, do IFSul, realizou uma apresentação cultural, precedendo a primeira mesa “Docência no Atendimento Educacional Especializado (AEE) no Magistério Federal: Desafios e Reflexões”. A palestrante foi a professora Gabriela Leal, do IFBA, e a mesa contou com mediação da vice-presidente do Adurn-Sindicato, Isaura Brandão.
“Nós somos uma carreira muito diversa, porém é necessário manter a isonomia. O atendimento educacional especializado no Magistério Federal precisa atender aos pressupostos da carreira EBTT”, defendeu Gabriela.
A docente apontou os diversos desafios enfrentados pelos professores e professoras do AEE, como falta de pessoal, de recursos, de salas devidamente equipadas, e a alta demanda do público para esse tipo de atendimento nas instituições federais de ensino.
Diante disso, Gabriela afirmou que “se faz necessário e urgente o debate sobre inclusão, sobre os professores que ofertam o atendimento educacional especializado, porque está cada vez maior a demanda pelo professor de educação especial nas nossas instituições federais, bem como outros profissionais de apoio para favorecer esta inclusão”.
Piso do magistério
A segunda mesa do dia se estendeu até a tarde de sábado e tratou de uma antiga demanda dos docentes do EBTT: a garantia do direito ao recebimento do piso do magistério aos professores e professoras da carreira.
A apresentação ficou a cargo do vice-presidente do Adifce-Sindicato, Cícero Cavalcante, e da assessora jurídica do Proifes-Federação, Andreia Munemassa.
“Discutimos estratégias para garantir que o nível inicial da nossa carreira não seja abaixo do piso do magistério”, disse Cícero.
A assessora jurídica explicou que a possibilidade de implementação do piso para a categoria depende, além da articulação política, de decisão com repercussão geral do Tema 1118, que atualmente aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Andreia Munemassa avaliou que a mesa teve “um debate extremamente importante, tanto do ponto de vista conceitual, que foi apresentado pelo professor Cícero, quanto como do ponto de vista jurídico”.
Organização sindical
Na penúltima mesa do encontro, a presidente do Adifce-Sindicato, Josi Abreu, conduziu o debate acerca da importância da organização sindical para valorização da carreira docente ao lado do professor Márcio Portes, do IFMG. “Nesse momento, nós discutimos e debatemos a necessidade da categoria resgatar esse sentimento de pertencimento ao movimento sindical”, disse a dirigente.
A última apresentação cultural do seminário ficou a cargo da vice-presidente do Adurn-Sindicato, Isaura Brandão, que reproduziu no encontro o trabalho que desenvolve na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o projeto Leitores em Cena.
Encerramento
O diretor de EBTT do Proifes e secretário-geral da Apufsc-Sindical, Romeu Bezerra, e o presidente do Proifes, Wellington Duarte, encerraram o encontro destacando o caráter propositivo da atividade.

“Espero que a gente possa em outros momentos ter debates tão intensos, ter momentos tão criativos, e que a gente possa aprofundar isso nas nossas bases, levar essa discussão para os nossos sindicatos e a partir daí reverberar de novo na Federação, como sendo a construção das bases sindicais dos sindicatos federados para a política EBTT”, afirmou Romeu Bezerra.
Duarte lembrou dos seminários anteriores e ressaltou a evolução do evento. “Quando fazemos isso [o seminário] é para se discutir exatamente os problemas que vão emergindo no processo de construção e consolidação dessa carreira”, afirmou.
“O papel da Federação é equilibrar a defesa das carreiras e das condições de trabalho de forma geral, mas também, a Federação é formada de sindicatos, então você vai ter demandas locais que têm que ser respondidas pelos sindicatos locais e a Federação vai ter que dar suporte para isso”, explicou. “Esse seminário eu espero que seja revolucionário, pois precisamos mudar coisas que são antigas. A gente precisa modernizar essa nossa discussão. Esse é o nosso desafio”.
Duarte encerrou o Seminário lembrando que 2026 será um ano desafiador para o serviço público federal. “Nós temos que estar preparados para fazer o que foi discutido aqui e apresentar uma proposta de campanha salarial robusta para 2027”, encerrou.
Fonte: Proifes
