Em visita à UFSC, ministro da Educação recebe reivindicações de docentes, estudantes e TAEs

Camilo Santana afirmou que problema da universidade não é orçamento, e sim gestão

Em visita à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na tarde desta segunda-feira, dia 8, o ministro da Educação, Camilo Santana, recebeu reivindicações da comunidade acadêmica. Em nome da categoria docente, a Apufsc-Sindical entregou dois ofícios ao ministro. Estudantes e técnicos-administrativos (TAEs) fizeram uma manifestação e também dialogaram com o titular do MEC. Representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) questionaram a falta de orçamento para a universidade e receberam como resposta que o problema não é investimento, e sim gestão.

Ministro Camilo Santana dialoga com representante do DCE (Foto: Stefani Ceolla/Apufsc)

A principal reivindicação apontada pelo DCE foi a de melhorias na Moradia Estudantil. Segundo os estudantes, a situação do local “está ferindo direitos humanos”. Eles citaram como problemas a falta de água quente para banho e vazamento de esgoto no terreno. Além disso, afirmaram que a estrutura não é suficiente para atender as necessidades de estudantes da UFSC.

“Toda vez que a gente questiona, a resposta da Reitoria é o corte”, disseram os estudantes, que acrescentaram: “Nós não temos banheiros para tomar banho quente, temos esgoto sendo jogado a cinco metros de uma nascente. É um crime ambiental”. Os representantes do DCE convidaram Santana a conhecer a moradia. A visita ocorreu no fim da tarde.

Para responder à afirmação de falta de verba para a UFSC, o ministro apresentou uma planilha que mostra que o orçamento para as federais cresceu 63% nos últimos quatro anos.

“É suficiente? Não. Mas dizer que é menor não é verdade. O corte que o Congresso fez eu recompus. O orçamento para 2026 vai ser de R$ 74 bilhões para as universidades. Com muita sinceridade, eu estou ouvindo os reitores, mas a gente precisa colocar os números com transparência. Se eu for para o recurso discricionário, o pior foi em 2021, governo passado. Agora teve aumento de mais de 40%. Estamos numa luta grande e espero que o Congresso não corte o orçamento que nós mandamos para lá”, disse o ministro, que acrescentou que se o recurso enviado não chega onde é mais necessário, “aí tem que perguntar para o reitor”.

Santana fez a afirmação ao lado do reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza. “O orçamento não é menor que 2020 nem 2014, mas os reitores têm autonomia para definir o uso. Vocês têm que dialogar com a Reitoria, porque não é justo dizer que o orçamento diminuiu”, defendeu o ministro.

Questionado, Irineu respondeu que “de fato teve um corte de 50% nos governos anteriores, e corrigindo fica difícil de fato um governo só recompor”.

Além do orçamento, a UFSC recebeu este ano recursos financeiros do governo federal por meio de projetos apresentados no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre eles, estão a conclusão do prédio do curso de Medicina em Curitibanos, obra de R$ 5,5 milhões, parada desde 2021, e a demolição dos blocos modulados do campus Trindade, incluindo a sede histórica da Apufsc-Sindical, com o custo de R$ 3,5 milhões. Não foram apresentados projetos de melhorias na Moradia Estudantil.

“Ficamos perplexos em escutar isso do ministro na frente do reitor. Já vinhamos discutindo qual era a prioridade da universidade: demolir ou consertar problemas graves. A definição de prioridades é fundamental numa gestão universitária”, avaliou o secretário-geral da Apufsc, Romeu Bezerra, que acompanhou a visita do ministro.

Outras reivindicações

O ministro recebeu ainda o Sintufsc, que cobrou que o acordo feito em 2024 seja cumprido e apoio às demandas dos TAEs, e de outros setores da UFSC. Uma das reivindicações feitas foi de verbas do governo federal para a construção de um ginásio no Colégio de Aplicação.

Stefani Ceolla
Imprensa Apufsc