Pesquisadores da UFSC divulgam guia sobre saúde mental na universidade

A pesquisa consiste em um projeto multicêntrico em desenvolvimento desde 2023 envolvendo 11 universidades brasileiras, duas argentinas e uma francesa

Dois pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participaram de uma pesquisa multicêntrica sobre saúde mental que produziu o material “Um guia para o bem-viver na universidade: psicanálise, saúde mental e políticas de cuidado”.

Ana Lúcia Mandelli de Marsillac, do Departamento de Psicologia, e Lucas Emmanoel Cardoso de Oliveira, do Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Seavis/Proafe) e membro do Comitê da Política de Saúde Mental da UFSC, integraram a pesquisa “Psicanálise e Saúde Mental na Universidade: políticas de vida, escuta e sobrevivência psíquica em tempos sombrios”.

Coordenada pelas professoras Rose Gurski (UFRGS), Luciana Gageiro Coutinho (UFF) e Miriam Debieux Rosa (USP), a pesquisa consiste em um projeto multicêntrico em desenvolvimento desde 2023 envolvendo 11 universidades brasileiras, duas argentinas e uma francesa. Além do Guia, o
grupo também promoveu eventos, discussões e artigos sobre saúde mental na universidade.

O Guia para o bem-viver apresenta uma análise crítica sobre como a universidade produz sofrimento e sobre os caminhos para a construção de políticas de cuidado. Também propõe ações para estudantes, docentes e gestores; e reúne experiências de escuta e acolhimento inspiradas na psicanálise.

Atividades em Curitibanos

Quatro atividades desenvolvidas no campus Curitibanos da UFSC, coordenadas por Lucas Emmanoel, foram incluídas no Guia:

a) “Giro dos Afetos”, direcionado ao acolhimento em grupo de estudantes em sofrimento;
b) “Práxis educacional: educação, subjetividade e sociedade”, que ofereceu a docentes um espaço para compartilhar impasses vividos na universidade e discutir questões emergentes dos acolhimentos estudantis;
c) “Tropeiros: masculinidades em debate”, destinado a sujeitos que se reconhecem como homens, para dialogar sobre manifestações das masculinidades na universidade e na sociedade, seus efeitos e possibilidades de novas formas de existência;
d) “A partilha do sensível: poetizando a Universidade”, no qual a comunidade universitária e o território compartilharam manifestações artísticas — poesias, músicas, dança e teatro — possibilitando endereçamentos, experiências estéticas e crítica social.

“Convidamos a comunidade da UFSC a ler o material, envolver-se nos processos de cuidado, reflexão crítica e fortalecer práticas de promoção da saúde mental”, diz Lucas Emmanoel. Está prevista, para 2026, a realização de uma pesquisa na UFSC com estudantes de pós-graduação.

Fonte: Notícias UFSC