Associação realiza ato em defesa da praia da Galheta, em Florianópolis

Evento será realizado no dia 28 de maio. Professora aposentada da UFSC, que preside a entidade, convida a comunidade acadêmica a participar

Miriam Carvalho Alles, professora aposentada do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e presidente da Associação Amigos da Galheta (Agal), convida a comunidade acadêmica a participar do ato que será realizado no dia 28 de maio, às 10h, em defesa da praia localizada no Leste da Ilha.

“Precisamos da sua ajuda para salvar a praia da Galheta e o naturismo contra a desordem, o abandono e a degradação”, diz o convite publicado pela Agal nas redes sociais. Segundo a entidade, o ato pretende levantar a discussão sobre a importância histórica da praia e a prática do naturismo, conscientizar as pessoas sobre a preservação do meio ambiente, alertar a opinião e o poder públicos sobre a insegurança e a degradação ambiental que usos inadequados vêm causando à natureza.

De acordo com a professora Miriam, a Galheta é uma das praias mais preservadas do Brasil, e a prática do naturismo soma esforços para a preservação ambiental. Ela alerta que a proibição do nudismo na praia, uma das preocupações da associação, pode ter como pano de fundo a especulação imobiliária. A Lei nº 10.100/2016 revogou a Lei nº 195/97, que previa o naturismo na Galheta, e desde então o movimento tem buscado divulgar as boas práticas desse modo de vida, que tem como filosofia o respeito e o cuidado com a natureza.

A Galheta é conhecida internacionalmente por sua exuberância e pela prática do naturismo, que ocorre desde os anos 1970, e faz do local um dos principais destinos turísticos para naturistas do Brasil e do mundo. “Tornar o nudismo ilegal neste local é a forma encontrada pelo poder preconceituoso e explorador de apossar-se da mata, da montanha e do mar. Em tempos de famigerada especulação imobiliária, sabemos o quanto isto é possível”, denuncia a Agal.

Praia da Galheta, em Florianópolis (Foto: PMF/Divulgação)

A associação tem apoio da vereadora Carla Ayres (PT), que defende que a prática do naturismo na Galheta é algo já pacificado entre a população. “A revogação da Lei é uma decisão que ignora os anseios da população e os interesses daquelas e daqueles que há décadas se esforçam para preservar o meio ambiente e manter a Galheta como um dos locais mais paradisíacos de Florianópolis”, diz a vereadora. “Vale destacar que, mesmo com a revogação, o próprio município divulga, no Portal da Secretaria Municipal de Turismo, a Galheta como uma praia de nudismo. Ou seja, essa sempre foi um diferencial daquele espaço e tem sido utilizado para divulgar e promover Florianópolis. Portanto, é preciso assegurar a conscientização da população acerca das boas práticas naturistas no local, de modo a garantir o respeito e a convivência pacífica entre os frequentadores, mantendo a Galheta como uma das praias mais preservadas da nossa cidade”, completa.

No ato do dia 28 haverá a distribuição de panfletos informativos na Galheta e na praia Mole para conscientizar a população e frequentadores do local. Em seguida, haverá a fixação de duas placas, no início e no final da praia da Galheta, com informações sobre as boas práticas do naturismo, de modo a coibir atos obscenos e atitudes que atentem contra os conceitos defendidos por naturistas.

A concentração será a partir das 10h em frente ao Bar do Deca, na praia Mole. A organização convida os interessados a levarem com sacos plásticos, luvas, filtro solar, chapéu e repelente.

Imprensa Apufsc