IPTU da sede está atrasado

O que inicialmente seria uma solução tornou-se um entrave burocrático. Durante o processo de liberação do Casarão para a instalação do pólo da UFSC, constatou-se que além do prédio ser tombado pelo patrimônio histórico, o que tornaria mais lento o andamento da reforma, havia três parcelas do IPTU atrasadas. “O total da dívida era de R$ 18 mil. Porém, quando recebemos o levantamento de débitos da Prefeitura verificamos que esse valor não pertencia ao Casarão, e sim aos três andares que eram ocupados pela Câmara de Vereadores”, explica Michel Becker, assessor parlamentar do vereador Marquinhos. Como uma parte do imóvel do terreno estava com pendências de IPTU, não foi possível liberar o espaço do pólo, por pertencer à mesma instituição.

Depois de demorar quase dois meses para o Banco do Brasil acertar com a Prefeitura, quando tudo parecia estar resolvido, surge mais um problema: faltava o contrato de parceria com a UFSC e o banco ser definido. Segundo o professor Áureo Morais, da UFSC, as condições entre as partes já foram aprovadas pela Reitoria, faltando apenas a assinatura das instituições. A expectativa é que isso aconteça ainda nesse mês.

Além de todo o processo caminhar a passos lentos, com muitos obstáculos burocráticos, é visível a influência do jogo político nos bastidores. De um lado está o governo municipal: “Sabemos da necessidade de formação de nossos professores e da importância de uma faculdade pública. Entretanto, depois daquela reunião, eles (PT) saíram daqui e não nos procuraram mais”, alfineta Carlos Roberto Caetano, secretário de gabinete de Tebaldi. Ele alegou que a contratação dos profissionais previstos na parceria custaria cerca de R$ 100 mil mensais aos cofres públicos: “Um custo muito alto para a Prefeitura. Se falar que o ensino superior não é de nossa responsabilidade”.

Do outro lado está o PT, idealizador do projeto: “Se realmente eles (Prefeitura) quisessem que isso desse certo, o pólo já estaria funcionando normalmente”, revida Michel. “Três funcionários, que poderiam ser do próprio quadro do município, jamais custariam R$ 100 mil. A liberação do IPTU também poderia ter sido agilizada, sabendo da necessidade do local”, complementa. Caetano desconhecia a irregularidade no IPTU.