Sala com 11 cadeiras: é a UFSC de Joinville

Faz tempo. Muito tempo que a população de Joinville reivindica a instalação de uma universidade pública no município. Depois de muito debate sobre uma possível federalização da Univille, o que não vingou, criou-se uma expectativa para a vinda de um pólo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mas o que deveria ser uma alternativa de ensino superior gratuito, tão carente na região, se transformou numa série de contradições e incertezas. No centro da questão está um embate político entre o governo e oposição da cidade. Enquanto isso, a unidade está funcionando de forma improvisada, sem oferecer condições adequadas para os estudantes.

Tudo começou com a aprovação de uma emenda do deputado federal Jorge Boeira (PT-SC), que garantia o repasse de R$ 1,75 milhão para a instalação de pólos da UFSC em vários municípios catarinenses. Para definir onde seria instalado cada centro, a universidade realizou um estudo sócio-econômico nas principais regiões do estado. O resultado indicou que embora o ensino superior esteja bem distribuído e até com vagas ociosas em algumas cidades, grande parte dos alunos estão fora da faculdade por exclusão social. Observou-se também a necessidade de formação de novos professores para o ensino público, principalmente na área de exatas. Então, ficou definida a instalação de pólos em Araranguá, Braço do Norte, Canoinhas, Chapecó, Criciúma, Joinville, Lages, Laguna, Palhoça, Pouso Redondo, Praia Grande, Tubarão e Turvo. De todos os municípios escolhidos, Joinville é o único que ainda não conseguiu estruturar sua unidade.

PT X PSDB

Mesmo com a disponibilidade de recursos aprovado no Congresso, ao ter conhecimento que a maior cidade do estado também receberia um pólo da UFSC, o deputado federal Carlito Merss (PT-SC) conseguiu aprovar mais uma emenda de R$ 300 mil. O valor seria destinado exclusivamente para viabilizar o centro em Joinville. Mas, como ocorreu em outros municípios, a efetivação do projeto dependeria de uma parceria com a Prefeitura. E foi a partir dessa necessidade que surgiram os primeiros conflitos no andamento do processo.

Em reunião no gabinete do prefeito Marcos Tebaldi (PSDB-SC), em março de 2006, representantes da UFSC, do governo municipal e lideranças do PT – o deputado Carlitos e o vereador Marquinhos – tentaram acertar os termos da parceria. A universidade ficaria responsável pelos professores e monitores, além dos equipamentos necessários para o andamento das aulas. A contrapartida da Prefeitura seria disponibilizar apenas três profissionais: um auxiliar administrativo, um auxiliar de serviços gerais e alguém para cuidar da segurança do local. Já a sede para abrigar o pólo, que inicialmente também partiria do município, foi garantida em um acordo com o Banco do Brasil, que se comprometeu em ceder o Casarão Niemeyer, anexo ao prédio da agência central.