Greve na USP: a velha tática do confronto

Os servidores técnico-administrativos da USP estão em greve desde 5 de maio. Eles reivindicam reajuste de 16% mais abono de 200 reais contra os 6% oferecidos pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp). Os funcionários também querem a readmissão do dirigente sindical Claudionor Brandão, que teria sido demitido por suas atividades sindicais, enquanto a reitoria alega que a dispensa foi por justa causa.

O impasse na USP agravou-se no dia 25 de maio, quando estudantes ocuparam a reitoria e outros prédios, e os funcionários bloquearam as entradas do campus. A reitora, profa. Suely Vilela, recorreu à Justiça e pediu reintegração de posse das instalações. Há uma mistura de reivindicações: além da campanha salarial de funcionários e professores e da reivindicação contra a demissão de Claudionor, também se pleiteia a renúncia da reitora e luta-se contra a adesão da USP ao programa de ensino a distância do estado.

Cumprindo ação judicial de reintegração de posse da reitoria, a Polícia Militar tornou-se presente desde 1º de junho no campus da USP. Reagindo contra a presença da PM, no dia 4 de junho, em assembléias específicas, professores e estudantes decidiram aderir a greve a partir do dia seguinte. Na assembléia do sindicato dos professores da Universidade de São Paulo (Adusp), cerca de 80 docentes votaram a favor da greve, 9 foram contra e houve 9 abstenções. A USP conta com 5.434 docentes na ativa. Os docentes, além da retirada da PM das instalações da USP, reivindicam a reabertura das negociações com o Cruesp.

Na terça-feira passada, uma manifestação de estudantes e servidores técnico-administrativos da Universidade de São Paulo (USP) terminou em confronto com a Polícia Militar (PM). O protesto reivindicava a retirada da PM de dentro do campus. A manifestação reuniu um número que varia de 300 a 2 mil pessoas, entre servidores, estudantes e professores. Na quarta-feira, 10 de junho, os professores realizaram sua maior assembléia desde o início da greve. Cerca de 400 docentes da universidade participaram da assembléia e aprovaram por unanimidade o pedido de renúncia da reitora. No dia anterior, os professores da USP de Ribeirão Preto haviam decidido aderir à greve.