Bancários têm aumento de 16% e encerram greve

Os bancários de todo o país retornam hoje ao trabalho, depois de 15 dias de paralisação. Reunidos em assembleias em vários Estados, eles decidiram ontem encerrar a greve e aceitar proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê reajustes de 16,33% (aumento real de 11,54%) para o piso da categoriad+ 13,82% (ganho real de 9,15%) para caixad+ 7,5% (3,1% de aumento real) para profissionais com salários até R$ 5.250d+ e reposição da inflação do período do dissídio coletivo (4,29%) para os contracheques superiores a esse valor.

Além dos ganhos salariais os bancos aceitaram aumentar a participação dos trabalhadores do setor nos lucros e resultados (PLR). A regra básica do acordo prevê pagamento anual de 90% do salário acrescido de R$ 1.100 e parcela adicional de 2% do lucro líquido das instituições, com teto de R$ 2.400. Esses aumentos representam reajuste de 7,5% e 14,28%, respectivamente.

Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), disse que os resultados obtidos com a greve foram os mais representativos dos últimos 20 anos. “A adesão à greve também foi recorde. A participação dos trabalhadores de bancos privados foi fundamental. Foram 8,2 mil agências paradas, sendo metade de bancos privados, o que pressionou a Fenaban nas negociações.”

Cordeiro destaca outros ganhos: criação de mecanismos de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, como o combate ao assédio moral, e de ações relacionadas à segurança, como o atendimento médico ou psicológico a bancários vítimas de assaltos em agências e apresentação semestral de estatísticas nacionais sobre assaltos a bancos. “Nos últimos nove meses, 18 pessoas foram assassinadas em agências bancárias no país, são duas mortes por mês”, informou o sindicalista. A Fenaban não se pronunciou sobre o fim da greve.