Progressão funcional, uma outra visão

No texto que o Prof. Philippi publicou no boletim 766, ele argumenta que dado que a atual tabela de progressão tem saturação, todo o trabalho que for feito que exceda os pontos de saturação é trabalho inútil. Na verdade todo o trabalho que for realizado além do numero de pontos necessários para progressão seria inútil, pois não pode ser aproveitado para a próxima progressão. Porém, este raciocínio é mesquinho, pois os professores trabalham porque gostam da profissão e muitas vezes não se importam se o seu trabalho vai ser valorizado por uma tabela. Eles tem razões mais nobres para realizar suas atividades.

A seguir, o Prof. Philippi faz um relato parcial da reação à primeira tabela proposta pela PRPE. A razão fundamental para a reação foi a forma em que a proposta foi criada e encaminhada para aprovação. Ela foi criada por uma comissão definida na reitoria e encaminhada para consulta publica, o que significa que não haveria debate amplo sobre a proposta. Nesse sentido foi instaurada uma comissão na APUFSC, presidida por mim, para tentar uma proposta alternativa, verdadeiramente participativa, para construção de um sistema de avaliação de desempenho (afinal isso é que é a tal da tabela). Lamentavelmente, em vez de implementar uma consulta ampla à comunidade, a PRPE pinçou um integrante da comissão da APUFSC, o Prof. Philippi, para constituir uma “nova” comissão que fez uma proposta nos mesmos moldes e com um procedimento de consulta idêntico ao anterior, acrescentado de um tempo exíguo para manifestações criticas.

No ultimo parágrafo do texto do Prof. Philippi ele afirma que “é importante que o processo de transição de gestão que vive a UFSC neste momento preserve a proposta em suas linhas básicas” mostrando a postura autoritária, mais uma vez, da atual gestão.

Para finalizar, uma proposta de progressão funcional impõe diretrizes para o futuro da universidade e, portanto, não cabe a atual administração indicar o rumo da UFSC, mas sim à nova administração que se comprometeu com a construção da universidade que queremos, de forma participativa.

Nestor Roqueiro

Professor do Departamento de Automação e Sistemas