Aumenta número de universidades federais que rejeitam proposta do governo

Já chega a vinte e três o número de universidades federais cujos professores rejeitaram a proposta do governo federal para por fim à greve, segundo levantamento da Rede Brasil Atual. Em outras duas os docentes estão reunidos na tarde de hoje. Outras associações docentes realizarão suas assembleias entre segunda e quarta-feira. Questões salariais e de carreira são as principais causas da rejeição.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj) divulgou comunicado no qual afirma que enviou uma proposta para o comando nacional de greve visando a destravar as negociações que ocorrerão na próxima reunião com representantes do governo federal, no dia 1º de agosto. De acordo com o comunicado, a partir do piso de R$ 2018,77 oferecido pelo Ministério do Planejamento, seriam aplicados 4% de progressão a cada um dos 13 níveis de carreira. Desse modo o impacto seria de cerca de R$ 9 bilhões.

A proposta governamental apresentada esta semana prevê reajustes que vão de 25% a 40% até 2015. Foram oferecidas ainda variações quando se dê alteração na mudança de classe do docente. Sendo assim, ao passar de auxiliar II para assistente I a alteração seria de 5%. De assistente II para adjunto I, 8%. Subindo de adjunto IV para associado I, 21,5%. E, finalmente, ao passar de associado IV para titular, um aumento de 10%. Ao ingressante no serviço público já como doutor, haveria uma aceleração de auxiliar II para adjunto I, com aumento de 14,5%. Essa estrutura é rejeitada pelos professores, pois não apresenta clareza quanto à progressão interna de cada classe, por exemplo, entre associado I e associado IV. E criaria, na opinião dos docentes, hierarquização e fragmentação da categoria.

A nota afirma ainda que, recentemente, o governo federal perdoou dívida de cerca de R$ 13 bilhões das universidades privadas. E traz declarações do presidente da Adufrj, Mauro Iasi, afirmando que o governo regrediu quanto a proposta apresentada em 13 de julho e que a categoria não deve ceder às pressões. “Não vamos ceder às ameaças como o corte do ponto e não aceitaremos que o governo trate as propostas como finais”, diz.