MÊS DA MULHER? Será que não falta uma mulher a ser celebrada?

Março é o mês em que se celebra o dia mundial da mulher, assim, parece saudável que as mulheres venham a público expor suas ideias, seu descontentamento e suas reivindicações.

 

No Boletim da APUFSC do mês de março  vemos vários artigos de opinião escritos por mulheres, mas o que chama a atenção é que em sua totalidade todos os textos exalam uma perspectiva feminista, com variações apenas na intensidade. Uma vez que o mês de março está terminando, eu me antecipo em escrever umas breves linhas para fazer justiça a um tipo de mulher que se dependesse das feministas jamais seria lembrada em público, exatamente por não se encaixar nos estereótipos do movimento feminista. Uma vez que não acredito que essas mulheres, tímidas que são, se arriscarão a se expor em público para dizer o que pensam, eu escreverei algumas linhas em defesa e admiração delas.

 De fato, há uma mulher magnífica que compreende o quão maravilhoso e divino é a célula familiar baseada na tripla que forma a equação  família = homem + mulher + filhos/filhas

 

Estas mulheres magníficas compreendem muito bem a primazia de ser o elo de ligação fundamental entre dois extremos opondo, de um lado, o homem e, do outro lado, os filhos/filhas. São, por isso mesmo, capazes de sacrificar carreiras, formação acadêmica e até mesmo projetos pessoais pela satisfação de formar uma família. Esse ideal tem sido sistematicamente menosprezado e estigmatizado pelas feministas como algo que reduz a mulher a uma condição inferior e de menor importância, mas tal crítica sempre é feita com base numa leitura exagerada e equivocada das relações entre homem e mulher. Ora, que uma feminista pense da forma como pensa, trazendo as relações entre homem e mulher sempre numa ótica de cisões e conflito, é algo inerente as feministas.

Daí a querer naturalizar essa idéia impondo seu pensamento como sendo o de todas as outras mulheres vai uma distância infinita. De fato, se nos esforçarmos em buscar uma complementaridade nas relações entre homem e mulher, como o próprio Paulo sabiamente nos ensina [Efésios 5:25], não insistindo na forma sempre conflituosa e assimétrica como pregam as feministas, seremos capazes de entender porque para muitas mulheres a verdadeira realização e alegria está primeiro em serem mães e esposas. Obviamente, não sendo mulher, não me julgo capacitado de elaborar muito sobre isso. Dirão alguns, “De onde vem então essa certeza que você fala sobre a satisfação incomensurável de certas mulheres em serem mães e esposas?”

Vem de uma experiência prática que por muitos anos eu presenciei na missa das crianças no Domingo quando ao fim da missa as famílias se reuniam junto ao altar com seus filhos e filhas para que elas recebessem um pequeno pedacinho de pão, já que não tendo feito a primeira comunhão elas ainda não podiam receber o referido sacramento. Havia no semblante do pai, da mãe e dos filhos/filhas ali reunidos uma ternura incontida por algo tão gratuitamente concedido e que revelava o mistério da sacralidade da família, algo que as feministas que banalizam a família definitivamente desconhecem. Em particular, no semblante das mães havia a consciência de que foi apenas o “sim” de cada uma delas que tornou esse projeto familiar possível.

Tal qual Maria, irmã de Marta, que soube escolher a melhor parte, essas mulheres magníficas também souberam escolher uma melhor parte que nunca lhes será tirado e que as feministas, por seu modo de pensar característico, nunca conseguirão entender nem experimentar. A estas mulheres magníficas que conscientemente e livremente desejaram e se tornaram mães e esposas um agradecimento e admiração de filhos, filhas e maridos.

Professor do Departamento de Matemática