A campanha na TV contra a reforma da Previdência patrocinada por sindicatos de servidores será intensificada nos próximos dias.
O filme de 30 segundos com críticas ao sistema de capitalização está no ar há duas semanas, com 20 inserções diárias em TVs por assinatura. Segundo Rudinei Marques, presidente da Fonacate, entidade que reúne carreiras de Estado, mais cinco filmes estão previstos, com foco nos mais pobres, mulheres, professores, fim do reajuste e retirada de regras da Constituição.
Os sindicatos aproveitam um vácuo do governo na publicidade da reforma da Previdência. Depois da primeira fase da campanha oficial, faz três semanas que o tema não é tratado pelo governo na TV.
Nesta segunda-feira, a Fonacate divulgou uma nota técnica contra a reforma, em que ressalta a inconstitucionalidade da proposta do governo Bolsonaro para mudar as regras de aposentadoria. A nota pode ser lida neste link.
Empresários fazem lobby para aprovar reforma
Empresários favoráveis ao governo Bolsonaro liderados pelo dono da Riachuelo, Flávio Rocha, vão abrir um escritório de lobby em Brasília para fazer pressão pela aprovação da reforma da previdência. O grupo Brasil 200 reúne nomes como Luciano Hang, da Havan, Sebastião Bomfim, da Centauro, e João Apolinário, da Polishop.
Segundo o Estadão, a equipe econômica do governo chegou a oferecer uma sala dentro do Ministério da Economia para as articulações. A pasta nega, mas confirmou que estão cooperando com dados.
Flávio Rocha foi condenado em 2018 a pagar R$ 60 mil por injúria a uma procuradora da justiça do trabalho que movia um processo contra a Guararapes, empresa de Rocha dona da Riachuelo. Na época, o MPT pediu uma indenização de R$37,7 milhões após fiscalizações de condições irregulares de trabalho.
As costureiras da empresa, que tem oficinas no Rio Grande do Norte, eram obrigadas a fazer jornadas de 15 horas diárias e pressionadas a cumprir metas por menos que um salário mínimo. Rocha publicou um vídeo no Instagram condenando a investigação, e dizendo que a procuradora Ileana Neiva Mousinho era uma “louca”, “perseguidora” e “exterminadora de empregos”.
N.O