“Uma pessoa que não acerta 10% das questões, não deveria se formar”, diz Weintraub
O Ministério da Educação estuda alternativas para punir alunos com notas ruins no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) , que avalia os egressos de cursos do ensino superior . Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (04), o ministro da Educação, Abraham Weintraub , defendeu que o aluno que acertar 10% na prova não deveria ter direito a se formar.
“Uma pessoa que faz a prova e não consegue acertar, ou acerta 10% das questões, eu acho que essa pessoa não deveria se formar. Não deveria ter o diploma”, afirmou o ministro.
A declaração de Weintraub aconteceu durante a divulgação dos resultados do Enade 2018. Ele ainda afirmou que o governo avalia algumas ideias para punir alunos que tiram notas mínimas no exame, mas que elas serão debatidas com o Congresso Nacional antes de serem implementadas.
Weintraub diz acreditar que o estudante que acerta menos de 20% das questões da prova atuou para “sabotar” o exame.
“Eu realmente acho que quem faz entre 0% e 20% foi sabotar. Fez a prova fazendo graça. É ruim pra sociedade porque a gente não tem um bom termômetro da temperatura do ensino superior”, afirmou o ministro.
Weintraub afirma que esse tipo de comportamento existiria porque, pela legislação atual, o aluno que não fizer a prova do Enade fica impedido de colar grau. Essa punição faria com que o estudante se sentisse obrigado a realizar a prova, mas abriria brechas para que ele não a realizasse “a sério”.
O ministro disse ainda que o governo estuda medidas para incentivar os alunos a realizar a prova sem “sabotagem”. Uma das medidas seria divulgar o desempenho dos alunos que foram bem na prova sem revelar as notas, o que é atualmente proibido.
A ideia é fazer essa divulgação por faixas de desempenho, sem expor a nota exata. A intenção é que, ao divulgar o desempenho positivo dos alunos, mais estudantes se sentiriam estimulados a participar da prova e realizá-la, uma vez que eles poderiam, em tese, usar essa divulgação como vantagem competitiva em seus currículos.
Leia: O Globo