Falha no 1º Enem de Bolsonaro é a maior desde 2010

Em 2009, exame vazou e foi adiado; no ano seguinte, 9.500 foram afetados por erro, mas puderam refazer a prova

Apesar de o ministro da Educação, Abraham Weintraub, classificar como um susto o erro em milhares de notas do Enem 2019, a falha nesta edição teve o maior número de afetados diretos desde 2010. Além disso, o tipo de problema registrado foi inédito na história do exame.

O Enem 2019 foi o primeiro organizado sob a responsabilidade do governo Jair Bolsonaro.  Weintraub havia afirmado na sexta-feira (17) que este havia sido o melhor exame já realizado. Porém, já no dia seguinte confirmou a divulgação de notas com erros.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) diz que o erro atingiu 5.974 estudantes. Isso representa 0,15% dos participantes. No entanto, desde 2010, o órgão não comete falhas com um número tão elevado de afetados.

Há um histórico de problemas no Enem desde 2009, quando a prova ganhou o formato atual, ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Naquela edição a prova vazou, e o MEC (Ministério da Educação) teve de adiar o exame. A decisão atingiu todos os 4,1 milhões de inscritos.

No ano seguinte, um problema na impressão das provas provocou uma troca de gabaritos. O problema, identificado ainda na aplicação, afetou cerca de 9.500 candidatos, que puderam refazer a prova depois. 

Em 2011, alunos de um colégio particular do Ceará tiveram acesso antecipado a questões que caíram na prova. Apesar da repercussão, apenas cerca de 600 alunos dessa escola tiveram de refazer o exame.

Problemas na correção das redações atingiram 129 candidatos no Enem 2012. As notas desses participantes foram revisadas.

Com o acúmulo de problemas, o governo federal promoveu desde então uma série de melhorias logísticas, com a adoção de protocolos de segurança que envolvem desde a formulação das questões até depois da aplicação. 

Houve problemas pontuais ao longo dos anos seguintes, que incluiu investigações sobre vazamentos da prova em 2014 e 2016. Mas, segundo as informações oficiais, com dimensão reduzida dos casos, as provas não chegaram a ser anuladas para todos os inscritos.

Leia na íntegra: Folha